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Henrique Pinto (1941-2010) - Foi referência no violão erudito
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Até da África vinha gente estudar com Henrique Pinto, figura central do violão erudito no Brasil. A maioria dos músicos do gênero no país passou pelas mãos dele.
Nascido em São Paulo, ele começou a aprender a tocar nas idas que fazia à fazenda de um tio, no interior paulista, com um funcionário de lá.
Quando seu pai, vendedor da Souza Cruz, viu que o rapaz tinha talento, logo chamou um professor particular.
Henrique descobriu que seu dom mesmo era ensinar.
Como conta a companheira, Amália, também violonista e diretora do Conservatório Villa-Lobos, ele era capaz de ver rapidamente a deficiência do aluno e logo saná-la. Mais do que professor, era o conselheiro que direcionava a carreira dos pupilos.
Divertido, costumava brincar: "Aluno com aliancinha no dedo, eu fico desesperado, porque é sinal que ele vai parar de estudar violão".
Henrique deu aulas em faculdades, colaborou com revistas e organizou projetos, como o Violão no Masp.
Gravou CDs, DVDs e escreveu livros. "Ciranda das Seis Cordas", para crianças, contém desenhos de uma japonesinha que estudava com sua filha. "Iniciação ao Violão" é adotado por quase todos os iniciantes no erudito.
Em abril, sofreu um infarto e, durante a cirurgia, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Após um mês em coma, acordou em 12 de junho, Dia dos Namorados, mas teve diagnosticado um tumor.
Quando estava hospitalizado, disse ter descoberto o real valor de sua carreira: ser amado pelos alunos. Morreu na terça, aos 69, de septicemia. Deixa duas filhas e neta.
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