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09/11/2010 - 20h08

Advogado de ex-deputado acusado de matar 2 em acidente quer mais prazo para defesa

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DIMITRI DO VALLE
DE CURITIBA

O advogado do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho (sem partido) disse nesta terça-feira que pode pedir mais tempo para finalizar a defesa de seu cliente. Carli Filho é acusado de matar duas pessoas em um acidente de trânsito, em Curitiba, em maio do ano passado.

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Na segunda (8), a defesa conseguiu no Tribunal de Justiça do Estado mais 30 dias para preparar a defesa. Com isso, adiou a decisão final sobre caso (se Carli Filho irá ou não a júri popular), o que poderia ter ocorrido hoje.

A afirmação do advogado Roberto Brzezinski Neto revoltou os advogados das famílias das duas vítimas, que afirmaram que o caso já expôs todas as provas suficientes para que se finalize o processo e se conheça o veredicto.

Brzezinski disse basear sua reivindicação no fato de que a acusação desrespeitou prazos judiciais de análise de parte de material contido no processo: o HD de um computador de um posto de combustíveis que captou parte das imagens de momentos anteriores e posteriores ao acidente.

Segundo o advogado do ex-deputado, o material ficou em poder da acusação entre os meses de fevereiro e julho deste ano.

Brzezinski disse "que não seria uma injustiça" analisar o material pelo prazo equivalente ao da defesa. "Nada mais natural que a defesa tenha acesso pelo mesmo prazo. [A análise do HD] trata-se de algo complexo. A defesa quer que seja respeitado o princípio da igualdade", afirmou Brzezinski.

Para os advogados dos familiares dos dois mortos no acidente, a alegação do advogado de Carli Filho é infundada.

"O que está se criando é uma polêmica sem nenhum fundamento. [A análise do HD] não tem nada a ver com a prova central do processo", afirmou o assistente de acusação, Juarez Xavier Kuster.

Kuster disse que existem outros elementos no processo que são suficientes para sustentar a responsabilidade de Carli Filho e que não podem mais ser contestados.

O advogado citou os testemunhos de que o ex-deputado estava embriagado no momento do acidente, além de estar com sua carteira de habilitação vencida e de transitar a quase 170 km/h no momento da colisão com o outro carro ocupado por Gilmar Rafael Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20, que morreram na hora. Carli Filho afirma não se lembrar do acidente.

Elias Mattar Assad, que atua como principal advogado de acusação no caso, afirmou que o HD não serve para sustentar uma prova principal. Ele disse que seu conteúdo já foi analisado e nenhum elemento novo foi constatado para ser anexado ao processo.

Sobre a permanência de análise do HD por quase cinco meses, Assad declarou que o IC (Instituto de Criminalística) não conseguiu periciá-lo e a família de um dos jovens mortos teve de contratar um perito particular para que isso fosse feito.

Com o resultado final da análise do equipamento, o advogado Kuster declarou que, sem condições de oferecer novos indícios ao caso, sua citação poderia até ser retirada dos autos do processo.

AUDIÊNCIA

Os advogados das duas partes no caso trocaram acusações após término de audiência realizada na tarde de hoje na 1ª Vara do Tribunal do Júri para ouvir uma testemunha de defesa de Carli Filho. Um ex-funcionário do gabinete do ex-deputado disse em depoimento que ele também trabalhava com o veículo registrado em nome de Carli Filho.

Trata-se de uma ação da defesa para tentar demonstrar no processo de que o ex-deputado não era o único responsável pela condução do veículo e, com isso, demonstrar que as infrações que levaram à cassação de sua carteira de habilitação podem ter sido cometidas por outras pessoas. A defesa também alega que o ex-deputado jamais foi comunicado sobre as multas que levaram a um acúmulo de 130 pontos (110 a mais que permitido).

 

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