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Impasse na Câmara de SP trava projetos do prefeito Kassab
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JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
A eleição para a Mesa Diretora da Câmara de São Paulo provocou na quarta-feira (24) mais um bloqueio das votações pela oposição ao prefeito Gilberto Kassab, que virou personagem-chave da disputa.
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Os bloqueios vêm ocorrendo há uma semana, mas o de ontem se deu mesmo após Kassab ter reunido em seu gabinete três pesos-pesados da eleição e pedido diálogo.
Participaram da reunião o atual presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e os prováveis candidatos José Police Neto (PSDB) e Milton Leite (DEM).
O nó da eleição pode ser ilustrado assim: o PT, maior partido da oposição, apoia o candidato do DEM, enquanto Kassab, que é do DEM, banca o tucano com apoio de vereadores do PCdoB e do PSB.
Police é líder do prefeito na Câmara. Milton Leite, um dos mais influentes da Casa, é do Centrão, bloco que reúne ao menos 15 parlamentares de PR, PMDB, PV, PP e PTB e que dificulta a vida de Kassab no Legislativo. Já o PT tem 11 dos 55 vereadores.
Insatisfeitos com a atuação do prefeito no processo, PT e Centrão impedem a votação de seus projetos.
Ontem, a pauta tinha um deles: o que autoriza a concessão da exploração de publicidade em mil relógios digitais e 25 mil abrigos de ônibus, negócio que renderia à prefeitura R$ 2,4 bilhões.
A sessão ordinária durou 11 minutos. Foi interrompida quando um dos líderes do Centrão, Roberto Tripoli (PV), e João Antônio (PT) pediram verificação de quorum, expediente utilizado para encerrar a sessão -parlamentares não registram presença e o quorum de 19 vereadores não é atingido.
Já a sessão extraordinária, que votaria a concessão de publicidade, terminou em cinco minutos, após pedido de outro líder do Centrão, Aurélio Miguel (PR).
MOTIVOS
Kassab quer impedir que a oposição controle a Casa em 2011 para aprovar projetos de seu interesse e viabilizar a aliança que tenta construir. Ele negocia com PMDB -para onde iria-, PSB, PDT e PCdoB. Tenta ainda levar para o PMDB aliados do DEM.
A interferência do prefeito pode ser decisiva numa disputa apertada: oposição e situação avaliam que o lado que perder terá ao menos 25 dos 55 votos da Câmara.
O impasse impede a votação de outros projetos, como o que reajusta os salários de prefeito e secretários, o que dá aumento salarial à Guarda Civil Metropolitana e o que cria 8.000 cargos de professores na rede municipal.
O único que deve ser votado -e só após a eleição, no dia 15 de dezembro- é o que fixa o Orçamento para 2011.
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