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25/11/2010 - 19h05

Hospital recebe 8 feridos durante operação na Vila Cruzeiro, no Rio

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FABIA PRATES
DO RIO

Atualizado às 19h59.

Depois do início da operação policial na Vila Cruzeiro, na Penha (zona norte do Rio), oito pessoas feridas deram entrada no hospital Getúlio Vargas, que fica perto do local do conflito. Nenhuma estaria em estado grave.

Leia a cobertura completa sobre os ataques no Rio
Entenda a onda de ataques no Rio
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O último a chegar ao hospital, no final da tarde desta quinta-feira, foi o camelô Ronald Henrique Nicanor, 23, ferido com um tiro braço direito. Ele estava acompanhado da mulher, grávida de três meses, e disse ter sido atingido no momento em que fechava a janela de sua casa, no alto da Vila Cruzeiro.

Segundo o casal, um helicóptero da Polícia Civil fazia sobrevoos baixos na favela no momento em que ele foi baleado. Ele passa por avaliação no hospital.

Dos outros 5 pacientes atendidos no hospital, 4 também foram atingidos por tiros. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, deram entrada José Pereira, 32 anos, atingido por tiro no tornozelo esquerdo; Osmar Sabino Julião, 21, baleado nas nádegas; Bruno da Silva, 24, atingido por um tiro no braço esquerdo; José Dantas Souza, 43, ferido por estilhaços no antebraço esquerdo; e Marllon José Barbosa, 16, baleado no peito e no braço direito.

Barbosa foi encaminhado para centro cirúrgico, onde vai passar por procedimento para tratar dos ferimentos. Pereira foi atendido e liberado, e Julião está em observação. Silva e Souza ainda passam por atendimento.

Ainda não há informações sobre outros dois feridos --uma das vítimas seria adolescente.

Desde ontem, o Getúlio Vargas recebeu 27 pessoas baleadas por causa dos confrontos entre policiais e traficantes na região. Quatro morreram, inclusive uma adolescente de 14 anos.

Apu Gomes/Folhapress
Moradores observam carro incendiado no inicio da madrugada desta quinta, em Botafogo, na zona sul do Rio
Moradores observam carro incendiado no inicio da madrugada desta quinta, em Botafogo, na zona sul do Rio

ENTENDA OS ATAQUES

Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.

Na segunda-feira (22), o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais.

Beltrame não descartou novos ataques de "traficantes emburrados" e afirmou que o Rio não mudará a política de segurança pública.

Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho.

Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais.

Uma investigação da polícia do Rio aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado, dia 27.

Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus.

O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize. Foi ventilado por integrantes das facções criminosas o planejamento de ações para atingir diretamente familiares do governador Sérgio Cabral.

 

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