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13/01/2011 - 17h11

Teresópolis (RJ) registra 175 mortes e 1.300 desalojados; 422 já morreram no Rio

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DE SÃO PAULO
DO RIO

Atualizado às 17h56.

Balanço divulgado às 17h desta quinta-feira pela Prefeitura de Teresópolis, na região serrana do Rio, mostra que o número de mortes na cidade é de 175. São 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados, de acordo com a prefeitura. Desde anteontem (11), ao menos 422 pessoas morreram em cinco cidades da região serrana do Rio devido às chuvas. Além de Teresópolis, as mortes ocorreram em Nova Friburgo (187) Petrópolis (39), Sumidouro (17) e São José do Vale do Rio Preto (4). Ainda há desaparecidos.

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O grande número de corpos no IML (Instituto Médico Legal) de Teresópolis obrigou as equipes de técnicos a adotar o reconhecimento dos mortos por meio de fotografias. Cerca de 50 pessoas estão concentradas em frente ao prédio do IML, em busca de parentes desaparecidos.

As fotos dos rostos dos mortos são mostradas pelos peritos a quem busca informações. Só entram no prédio os parentes que reconheceram vítimas por meio das fotografias. O prédio do IML funciona ao lado de uma delegacia de polícia e tem capacidade para receber apenas seis corpos. Até as 12h de hoje já tinham dado entrada 147 corpos. Outro prédio, em frente à delegacia, teve que ser requisitado para receber corpos.

O delegado adjunto de Teresópolis, Wellington Vieira, afirmou que já foram abertas 70 covas no cemitério municipal. A orientação é para que as famílias façam o enterro o mais rápido possível, com velórios simbólicos, por causa do adiantado estado de decomposição dos corpos, sem refrigeração há mais de 24 horas.

A presidente Dilma Rousseff sobrevoou a região serrana na tarde de hoje. Ela afirmou, ao pousar em Nova Friburgo, que "o governo vai realizar ações firmes". Ela caminhou até a região onde ainda há bombeiros soterrados. A presidente estava acompanhada dos ministros Nelson Jobim (Defesa) e Alexandre Padilha (Saúde).

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que a catástrofe provocada pelas chuvas era a "crônica de uma tragédia anunciada".

Editoria de Arte/Folhapress

OCUPAÇÃO IRREGULAR

"A ocupação irregular e a questão ambiental têm cada vez mais como sinônimo a palavra tragédia. Foi uma situação realmente atípica, um volume de água realmente impressionante. Se tudo estivesse correto, correto, correto haveria danos materiais e perdas de vida, mas não na intensidade que nós estamos vendo", afirmou o governador em entrevista à rádio CBN.

Segundo Cabral, as cidades de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo vêm de "décadas de permissividade na ocupação de encostas". "O que houve danosamente de ocupação nos últimos 25, 30 anos dessas encostas é absolutamente irresponsável. Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo quadruplicaram suas populações", afirmou.

Cabral disse que a culpa principal é das prefeituras, que não coibiram a ocupação irregular. "Ou a gente toma consciência disso e usa o aparato público para dizer "não, aí não pode" ou vai acontecer novamente", disse o governador.

Bruno Domingos -12.jan.2011 /Reuters
Imagem aérea da cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio, que registra muitas mortes; veja mais imagens
Imagem aérea da cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio, que registra muitas mortes; veja mais imagens

DIFICULDADES

Os Bombeiros afirmam que uma das maiores dificuldades encontradas pelas equipes de regaste na região serrana do Rio é a falta de comunicação, já que os telefones e a internet estão com problemas.

O coronel Mauro Domingues André, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, que respondeu perguntas de internautas por uma câmera ao vivo via Twitter, no final da manhã desta quinta-feira, disse que as equipes de socorro não podem ficar sem contato e que espera a normalização dos sistemas de telefonia para as próximas 24 horas.

A maioria dos internautas queria saber notícias sobre áreas isoladas, onde estão parentes ou amigos. O coronel dos Bombeiros orientou que a população procure radioamadores, que estão colaborando nos trabalhos de resgate. Informações sobre a rede de radioamadores podem ser obtidas pelo site www.defesacivil.gov.br.

Outra dificuldade enfrentada pelas equipes de resgate é em relação aos acessos em algumas partes das cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.

"Temos problemas relacionados à geologia. Alguns terrenos são inconstantes e arenosos. Tem muita lama e escombros. É difícil trabalhar e temos que tomar cuidado para evitar novos deslizamentos. Já perdemos três bombeiros nesses trabalhos", afirmou coronel Domingues.

Os bombeiros orientam a população do Estado para que evitem ir para as cidades atingidas e também passar pelas estradas da região serrana. As pessoas em casas com risco de desabamento devem sair e procurar abrigos. "A meteorologia mostra que teremos mais chuvas até o final de semana. Estamos em estado de alerta", ressaltou.

Rafael Andrade/Folhapress
Nova Friburgo, na região serrana do Rio, foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas
Nova Friburgo, na região serrana do Rio, foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas
 

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