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Rita Amaral (1958-2011) - A antropóloga e os ossos de cristal
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Aos sete anos, após fraturar o fêmur, Rita de Cássia de Mello Peixoto Amaral foi diagnosticada com osteogênese imperfeita, doença conhecida como "ossos de cristal" por torná-los frágeis.
A partir de então, ela quebraria os ossos muitas outras vezes. As dificuldades, porém, não a impediram de ter uma vida normal. "Quem não tem perna, voa", dizia.
Para ir à USP, usava cadeira de rodas. Em 1986, formou-se em ciências sociais. Não satisfeita, em 1992, concluiu o mestrado sobre os terreiros de candomblé em SP.
O doutorado veio em 1998, sobre festas brasileiras. Em 2002, foi a vez do pós-doutorado em etnologia afro-brasileira pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Desde os anos 80, Rita era pesquisadora do NAU (Núcleo de Antropologia Urbana) da USP. Editou a revista do núcleo, a "PontoUrbe" e a própria, "Os Urbanitas". Atualmente, estudava religião e cultura nacional.
Desde os anos 90, ela se dedicava a investigar a própria doença. Descobriu um médico canadense que criara um tratamento e traduziu seus textos. Em 1999, criou a Aboi (Associação Brasileira de Osteogenesis Imperfecta).
A associação pressionou o governo por remédios e, graças a sua atuação, existem hoje centros de referência para o tratamento da doença.
Com os movimentos limitados, sentia falta de tocar violão. No sábado, ao ser internada, pediu para ser fotografada, para que as imagens servissem de exemplo de como os médicos devem transportar uma paciente como ela.
Na segunda, Rita morreu aos 52, de problemas respiratórios. Não deixa filhos.
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