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Blitz fecha rodeio clandestino na cidade de Ribeirão Preto (SP)
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HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Uma megaoperação coordenada pelo Ministério Público interditou ontem uma arena que era utilizada para promover rodeios clandestinos em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
A operação ocorreu após reportagem publicada pela Folha no último dia 13, que mostrou a situação de dois rodeios clandestinos que acontecem na cidade.
A arena alvo da operação fica no Jardim Porto Seguro, na zona norte, e chega a reunir até 300 pessoas aos domingos, durante as montarias ilegais. No local, Éder Luís Lima Tavares, 19, foi pisoteado por um touro e ficou 22 dias na UTI.
A interdição ocorreu porque o proprietário não tinha alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros, da prefeitura e da Secretaria de Estado da Agricultura. Se houver evento no local, a multa pode chegar a R$ 174,5 mil.
Além da interdição, foram constatados problemas sanitários: o banheiro feminino se resumia a uma vala cercada por tapumes de madeira e as geladeiras, todas ligadas por meio de "gatos", estavam sujas e sem condições de armazenamento de alimentos.
"Encontramos muito lixo e criadouros do mosquito da dengue. A situação é inabitável e completamente irregular", afirmou a chefe da Vigilância Sanitária, Vânia Cantarella Rodrigues.
Além da Promotoria, participaram da blitz as polícias Ambiental e Rodoviária, a concessionária Autovias, a Secretaria de Estado da Agricultura, as fiscalizações Geral e Sanitária de Ribeirão Preto e a Divisão de Controle de Zoonoses.
Segundo o promotor ambiental Marcelo Goulart, dois inquéritos civis foram abertos para investigar os rodeios e os animais que ficam soltos na área urbana.
"Recebemos denúncia de moradores do assentamento da Fazenda da Barra, informando que os touros e cavalos deste rodeio estavam invadindo uma APP [Área de Preservação Permanente] e também a rodovia Anhanguera, podendo causar graves acidentes."
Dois cavalos foram recolhidos nas proximidades do assentamento e levados para o Controle de Zoonoses.
Já no local onde o rodeio ocorre, conhecido como Companhia de Rodeio Rio Pardo, foram encontrados 22 touros usados nas montarias, mas o dono, Eurípedes Vencesnor França, 61, tinha documentação.
Ele afirmou que não regularizou os rodeios por causa da burocracia.
"A Fiscalização fará inspeções para garantir a interdição. Se isso não ocorrer entrarei com processo", disse o promotor do Meio Ambiente Urbano, Naul Felca.
A operação deve ser estendida a outros locais, com irregularidades semelhantes.
OUTRO LADO
Proprietário da Companhia de Rodeio Rio Pardo, Eurípedes Vencesnor França, 61, afirmou que gostaria de regularizar a situação dos rodeios que promove, mas a burocracia é responsável por dificultar o processo.
"Não tenho dinheiro para fazer as adequações que eles pedem. Sem contar a documentação, que cada hora é uma e nunca dá certo", disse.
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