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Perícia investiga se bebê com perna amputada sofreu erro médico
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DA AGÊNCIA BRASIL
DO RIO
Peritos da Polícia Civil estiveram nesta sexta-feira no IFF (Instituto Fernandes Figueira), no Flamengo, zona sul do Rio, para determinar os motivos que levaram à amputação da perna de um recém-nascido após uma cirurgia.
Mãe de bebê diz que vai processar hospital
Bebê tem perna amputada durante cirurgia
O bebê nasceu dia 21 de fevereiro com hidroanencefalia grave, quando existe ausência do cérebro, que é substituído por bolsas com líquido cerebrospinal. A operação, chamada de microendoscopia, serve para drenar o líquido do crânio. O procedimento foi executado na filha da estudante Karen Nascimento da Silva, 20, no dia 1º de março e a amputação da perna foi feita no último dia 7.
Durante a microendoscopia, feita com bisturi elétrico, o bebê sofreu queimadura na perna, que precisou ser amputada.
De acordo com o IFF, durante a cirurgia, os médicos perceberam uma queimadura na perna direita da criança, no local "onde havia sido colocada a placa para utilização do bisturi elétrico".
Em nota, o instituto informou que o estado de saúde do bebê piorou e que "considerando o quadro circulatório não favorável e com o objetivo de preservar a melhor evolução da paciente" a equipe médica decidiu retirar a parte inferior da perna direita da menina.
O diretor do IFF Carlos Maciel disse que foi aberta uma sindicância interna para apurar as causas do acidente. Maciel esclareceu que este foi o primeiro acidente desse tipo e afirmou que o IFF, vinculado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fez só no ano passado 2.500 procedimentos cirúrgicos, incluindo 250 neurocirurgias, sendo 50 idênticas à executada no bebê.
O delegado que está investigando o que ocorreu durante a cirurgia, Pedro Paulo Pinho, do 9º DP (Catete), disse que o caso é de lesão corporal culposa --quando não há intenção de provocar o dano.
Os dois médicos que participaram da cirurgia foram intimados a prestar depoimento na próxima segunda-feira (14).
Segundo boletim divulgado pelo hospital, o bebê continua internada no berçário de alto risco e respira sem ajuda de aparelhos, com alimentação oral. Não há previsão de alta.
PROCESSO
A mãe da criança disse na tarde desta sexta-feira que pretende processar o hospital e os médicos envolvidos no procedimento na próxima semana.
"É muito doloroso passar por tudo isso. Ainda mais com um bebê recém-nascido. Foi um erro deles [médicos] e por isso quero Justiça", afirmou Karen.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) informou ontem (10) que abriria uma sindicância para investigar o atendimento ao bebê.
"Durante a cirurgia no cérebro, os médicos encostaram uma placa elétrica quente --do bisturi-- na perninha do meu bebê. Ela sofreu queimadura de terceiro grau e precisou ter a perna amputada. Quando me disseram o que aconteceu no hospital não acreditei", disse a mãe.
A família suspeita de erro médico e reclama que houve demora do hospital em informar o que havia acontecido com a criança.
A Folha tentou localizar os médicos responsáveis pela cirurgia, mas eles não foram encontrados.
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