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08/04/2011 - 11h22

Policiais retornam à escola do massacre para fazer perícia

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DIANA BRITO
DO RIO

Policiais do Rio retornaram na manhã desta sexta-feira à escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, para dar continuidade à perícia. Na quinta-feira, eles já haviam ficado cerca de nove horas analisando o local.

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Segundo informações de investigadores, eles resolveram voltar ao local do crime para tirar algumas dúvidas. Um perfil do atirado, Wellington Menezes de Oliveira, 23, também será traçado, só então o inquérito será finalizado.

Morreram dez meninas e dois meninos. Outras 12 pessoas ficaram feridas. O atirador, baleado pela polícia, e cometeu suicídio.

Durante a perícia de ontem, os policiais encontraram a mochila de Wellington dentro de uma sala de aula no primeiro andar. A polícia não quis informar o que tinha dentro, mas disse que o lençol citado na carta que ele deixou não estava dentro da mochila.

Durante a madrugada, diversas pessoas prestaram depoimento. Entre elas, o diretor da escola, policiais, professores, a irmã e o primo do atirador e o filho do dono de uma das armas usada pelo atirador.

Vídeo

ATIRADOR

Investigações preliminares indicam que Oliveira apresentava um comportamento estranho nos últimos meses, desde que a mãe adotiva morreu, no ano passado. O pai já havia morrido. De acordo com os relatos, o atirador era introvertido e gostava de passar longas horas em frente ao computador, navegando na internet.

Filho de mãe com problemas mentais que tentou o suicídio, Oliveira era o caçula de cinco filhos e foi adotado ainda criança. Tímido e retraído, segundo vizinhos, ele fazia poucas referências sobre a vida pessoal. Um dos relatos de conhecidos aponta que Oliveira mudou a aparência nos últimos meses, passando a usar basicamente roupas pretas.

Na quinta (7), após o massacre na escola, policiais encontraram a casa de Oliveira, em Sepetiba, revirada, com o computador e eletrodomésticos queimados. Para alguns policiais, o próprio atirador destruiu possíveis provas ou indícios que pudessem colaborar nas investigações.

Ricardo Moraes/Reuters
ONG, amigos e vizinhos homenageiam vítimas de ataque em escola da zona oeste do Rio
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ENTERRO

Os corpos de ao menos oito vítimas serão enterrados hoje. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Fernando Haddad, além da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, devem comparecer às cerimônias.

Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, Larissa Silva Martins, Mariana Rocha de Souza e Milene Santos Nascimento serão as primeiras a serem enterradas, no cemitério do Murundu, às 11h, e Larissa Santos Atanásio, no mesmo horário, mas no cemitério Jardim da Saudade.

Karine Lorrayne Chagas de Oliveira e Rafael Pereira da Silva serão enterrados às 12h, no Cemitério Jardim da Saudade. Às 14h, será enterrada Bianca Rocha, no cemitério do Murundu, e Géssica Guedes Pereira, no cemitério Ricardo de Albuquerque, às 15h.

Arte/Folha

TIROS

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de ontem, quando Oliveira entrou na escola municipal, onde cursou o ensino fundamental, e disse que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começa a atirar na direção dos alunos.

Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.

Os policiais informaram ainda que pelas análises preliminares há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial militar Márcio Alexandre Alves relatou que o rapaz chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam trancados em salas de aula. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira caiu no chão e se matou com um tiro na cabeça.

A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em 'perdão de Deus' e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.

A escola atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos --da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. São 999 alunos, sendo 400 no período da manhã.

 

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