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19/04/2011 - 17h47

Universitário confessa agressão a homossexual, diz polícia

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SÍLVIA FRIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CAMPO GRANDE (MS)

Um estudante de direito de 20 anos confessou à Polícia Civil que participou da agressão contra um homossexual de 21 anos na madrugada de sexta-feira (16), em Campo Grande (MS), próximo a uma boate gay.

Segundo a delegada Daniella Kades, André Baird disse em depoimento que ele, um primo e mais dois amigos estavam embriagados quando resolveram escolher alguém para bater. Ele negou que a agressão tenha acontecido por homofobia.

André Baird é filho do prefeito de Costa Rica (MS), Jesus Queiroz Baird, e mora há dois anos em Campo Grande, onde estuda. Jesus Queiroz Baird disse à Folha que ficou "arrasado" ao saber do caso e ordenou que o filho fosse à delegacia. "Ele me disse que se envolveu em uma briga. Isso está sendo investigado, mas, se for caso de homofobia, dá no mesmo, vai ter que responder na forma da lei".

Na manhã desta terça-feira, o rapaz e o primo se apresentaram no 1º Distrito Policial, mas somente o estudante foi ouvido. Segundo a delegada, os primos e dois amigos estavam bebendo desde as 20h de quinta-feira. Ao sair de uma boate, por volta das 4h da madrugada, passaram de carro pela região central de Campo Grande e viram os dois jovens sentados na calçada. À polícia, Baird disse que alguém no carro sugeriu: "Vamos bater nesses caras". Dois deles saíram do veículo e foram em direção a L. e ao amigo dele, de 18 anos, que conseguiu correr e escapar.

L., de 21 anos, foi alcançado e agredido a socos e chutes no rosto, costas e tórax. Segundo ele, quando passaram de carro, os agressores gritaram "veados". L. foi agredido uma segunda vez depois que os rapazes desistiram de encontrar o amigo que havia fugido.

Segundo o advogado Wagner Leão do Carmo, que representa os quatro rapazes, André quebrou a mão e outro agressor, o pé, por conta da força aplicada nos chutes e socos.

Carmo disse que os quatro estavam alcoolizados e queriam brigar, independentemente da orientação sexual da vítima. "A boate gay fica a três quadras do local da briga, não tinha como eles saberem que alguém era homossexual", afirmou.

Para a polícia, o caso tem caráter homofóbico. Como a homofobia não é crime previsto na legislação, os quatro rapazes podem ser indiciados por lesão corporal dolosa e injúria, crimes com pena somada de um ano e seis meses.

 

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