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03/05/2011 - 16h08

Médicos declaram greve na Bahia por melhores salários

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AGUIRRE TALENTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os funcionários do setor de saúde da Bahia, incluindo os médicos, decretaram greve nesta terça-feira. Eles reivindicam melhorias salariais, contratação de mais profissionais por meio de concurso público e melhoria das condições de trabalho. Com o movimento, o atendimento ambulatorial e as cirurgias eletivas nos hospitais baianos estão prejudicados.

Ainda não se sabe a dimensão da adesão à paralisação. A Secretaria de Saúde do Estado minimiza o movimento e diz que somente 35 médicos não foram trabalhar hoje. O Sindicato dos Médicos só fará à noite um balanço da greve, mas ressalta que o atendimento de emergência será mantido. Além da paralisação, os profissionais realizaram manifestações na porta de alguns hospitais.

De acordo com o sindicato, existem atualmente 3.500 médicos empregados na rede estadual de saúde, além de cerca de 4.000 contratados em regime temporário de trabalho. As outras categorias profissionais ligadas ao setor somam 25 mil trabalhadores no Estado. Os servidores consideram-se sobrecarregados e dizem que isso se reflete na qualidade do atendimento prestado à população --que, no caso do Estado, estão distribuídos por 43 unidades de atendimento.

"As emergências ficam lotadas de pacientes. É uma pressão muito grande para nós, médicos, atendermos. Sou plantonista do Hospital Roberto Santos [um dos principais de atendimento de emergência na Bahia, localizado em Salvador] e, na semana passada, eu era o único médico clínico no plantão, quando deveríamos ter seis clínicos de urgência", afirmou José Caires, presidente do sindicato.

Uma das principais reclamações dos médicos refere-se à remuneração. Caires considera baixo o salário-base da categoria, que, segundo ele, é de R$ 683 para 20 horas semanais. Acrescido a este valor, os profissionais ganham também uma gratificação pelo regime de plantão no qual trabalham. Aqueles que realizam um plantão semanal de 12 horas ganham, por mês, mais R$ 1.300, enquanto os plantonistas de 24 horas recebem R$ 2.300 adicionais. Eles pedem que a gratificação seja gradualmente incorporada ao salário.

Um Plano de Cargos e Salários do setor de saúde foi aprovado em 2009 na Assembleia Legislativa da Bahia, mas os servidores reclamam do seu descumprimento. Eles pedem que os profissionais mais antigos recebam reajustes salariais para compensar o tempo de trabalho, mas isso ainda não foi realizado pelo governo baiano.

O secretário de Saúde, Jorge Solla, rebate a crítica dizendo que a remuneração dos médicos cresceu 200% desde 2006. "Era R$ 1.100 a remuneração, incluindo a gratificação, e hoje esse valor passa dos R$ 3.000", afirmou à Folha.

O secretário diz entender a greve como uma resistência da categoria à implantação da avaliação de desempenho, que passará a ser feita a partir de julho pela secretaria. "Com a avaliação, o salário poderá chegar a R$ 4.400. Ainda não está implantado porque o Sindicato dos Médicos discorda, mas vamos efetivar a medida mesmo assim. Claro que quem tiver um desempenho abaixo da média terá uma gratificação menor do que recebe hoje", disse Solla.

 

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