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Promotor pede 30 anos de prisão para acusado por morte de jovem
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RENATO CASTRONEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O promotor Marcelo Alexandre de Oliveira pediu a pena máxima ao homem acusado de obrigar dois jovens a pular de um trem em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), em 2003. Um deles morreu. Juliano Aparecido de Freitas está sendo julgado nesta sexta-feira por homicídio e tentativa triplamente qualificados (motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima).
Acusado de obrigar jovens a pular de trem nega crime
Mãe de rapaz obrigado a pular de trem diz viver 'martírio'
Renato Castroneves/Folhapress |
Olivina Rosa da Silva Leite, 66, mãe de rapaz obrigado a pular de trem em 2003, antes do julgamento de um dos acusados |
Na fala do promotor, o fato dele ter ameaçado as vítimas com armas e gritos de "Ou pula, ou morre" obrigou os jovens a pularem do trem em movimento. "Se as vítimas não tivesse pulado, eles [acusados] teriam os matado dentro do vagão", disse.
Os outros dois homens que estavam com Juliano também são acusados pelo crime. Os julgamentos de Vinícius Parizatto e Danilo Gimenez Ramos ainda não têm data para acontecer.
Mais cedo, uma testemunha que estava dentro do trem disse que ouviu o trio dizer que mataria os jovens caso eles não pulassem. Após saltarem, Cleiton da Silva Leite morreu e Flávio Cordeiro perdeu um braço.
Também ouvido pelo juiz, Juliano negou as acusações e disse apenas ter olhado para as vítimas e comentado sobre o estilo dos cabelos. Na fala do promotor, a versão do acusado é "infantil".
DEPOIMENTO
Durante o depoimento do réu, o promotor Oliveira questionou ainda se ele possuía armas como punhal, soco inglês e maça (objeto de madeira com uma corrente e uma bola de metal).
O rapaz confirmou que colecionava armas medievais, mas disse que não portava nenhuma delas no dia em que os jovens pularam do trem.
A afirmação contrariou o depoimento de uma testemunha que disse ter visto a maça na mão de um dos acusados quando eles seguiam as vítimas no trem.
Ao todo, estavam programados para depor nesta sexta-feira dez testemunhas. Duas delas, entretanto, foram dispensadas pela defesa. O juiz Alberto Alonso Muñoz afirmou que o julgamento pode se estender até a madrugada.
MARTÍRIO
"Hoje é um primeiro passo. Minha vida virou um martírio após a morte do meu filho. Estou vivendo a base de remédios desde então. Agora espero que os outros dois acusados sejam julgados em breve", afirmou a mãe de Cleiton, Olivina Rosa da Silva Leite, 66, antes do julgamento.
Também antes do julgamento, Flávio afirmou que sua vida mudou bastante após o crime. "Foi muito difícil. Minha vida mudou muito, mas graças a Deus consegui arrumar um emprego", disse o rapaz, que hoje trabalha em uma indústria química. Ele tinha 16 anos na época do crime.
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