Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/05/2011 - 18h37

Corpo de mãe de bebê de 7 meses é identificado após naufrágio

Publicidade

NÁDIA GUERLENDA CABRAL
DE BRASÍLIA

O corpo da sétima vítima do naufrágio ocorrido no último domingo (22) no lago Paranoá, em Brasília, foi identificado como sendo de Valdelice Fernandes Rocha, 34. Ela foi reconhecida por seu marido. Valdelice é a mãe do bebê de sete meses que também morreu no naufrágio.

Veja imagens bas buscas no lago Paranoá
Polícia divulga nomes de quatro vítimas
Familiares aguardam notícias de desaparecidos
Barco do DF tinha rachadura em estrutura, diz Marinha
Governador defende mais fiscalização em embarcações
Não tivemos instrução de segurança, diz passageiro
Comandante de embarcação é ouvido e nega irregularidade

O corpo de Valdelice foi achado às 17h05, a cerca de 150 metros da embarcação, e está sendo encaminhado para o IML.

Ela era a última mulher entre os desaparecidos, que agora estão estimados entre dois e quatro.

De acordo com os bombeiros, as outras duas vítimas encontradas nesta terça são do sexo masculino. Os corpos foram encontrados a uma distância de 150 m da embarcação, segundo a major Vanessa Signale, e estão sendo encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) para identificação pelos familiares.

Ontem, já tinham sido encontrados outros três corpos. Um bebê de sete meses foi socorrido logo após o acidente, mas também não resistiu.

As equipes de busca continuam trabalhando no lago Paranoá e dividem-se entre o grupo que vasculha a área próxima à embarcação e outro que procura vítimas que possam estar mais distantes, levadas pela correnteza.

Ontem, o Corpo de Bombeiros afirmou que a embarcação "Imagination" estava com o número de ocupantes acima da capacidade permitida. Segundo a major Vanessa Signale, o barco tinha autorização para navegar com 90 passageiros e dois tripulantes, mas ao menos 103 pessoas estavam a bordo.

A última vistoria feita na embarcação ocorreu em novembro, e foi atestado que ele estava em boas condições e tinha todos os itens de segurança, como boias e coletes salva-vidas. Passageiros relataram, porém, que ninguém usava os coletes na embarcação na noite de ontem.

Arte/Folha

RACHADURA

O comandante Rogério Leite, da Delegacia Fluvial de Brasília, informou que o barco tinha rachadura em um de seus tubulões --estruturas que auxiliam na flutuação das embarcações. Mergulhadores foram até o barco "Imagination", que está a 17 metros de profundidade, e constataram a rachadura.

Leite não informou o tamanho da avaria nem se ela pode ser apontada como a causa do naufrágio. Segundo ele, o comandante do barco poderia nem saber da existência da rachadura, já que os tubulões ficavam submersos.

No momento do acidente, por volta das 21h, quatro homens da Marinha eram responsáveis pela fiscalização do lago. Leite afirmou que o número era suficiente para a fiscalização e estava dentro da média de servidores usados pela Marinha para a tarefa.

"O trabalho de fiscalização é aleatório, não podemos estar em todos os barcos ao mesmo tempo", disse. Ao falar sobre o acidente, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou que é necessário ter "um grau de fiscalização muito grande em todo o tipo de embarcação".

O comandante da Delegacia Fluvial de Brasília disse ainda não saber quando será feito o içamento do barco do fundo do lago, mas que só ocorrerá depois que todos os desaparecidos forem encontrados.

A Marinha abriu um inquérito para investigar os motivos do acidente, com prazo de conclusão de 90 dias.

Sérgio Lima-23.mai.11/Folhapress
Equipes fazem buscas por desaparecidos após naufrágio de barco com mais de cem pessoas no lago Paranoá
Equipes fazem buscas por desaparecidos após naufrágio de barco com mais de cem pessoas no lago Paranoá

INVESTIGAÇÃO

O "Imagination" havia partido de um clube e passava por outros recolhendo passageiros para uma festa que era realizada na própria embarcação. Ela enfrentou problemas quando passava próximo da ponte Juscelino Kubitschek.

Segundo relato de sobreviventes, o barco virou após uma lancha passar muito perto e provocar ondulações, mas as circunstâncias do acidente ainda estão sendo investigadas. O garçom Everaldo Sales da Silva, 43, negou que a lancha tenha provocado ondulações.

"Já ouvimos relatos de colisão, de problema, de explosão, mas isso é prematuro. Só teremos certeza com a perícia", afirmou o delegado titular do 10º DP, Adival Cardoso de Matos, que investiga o caso.

O comandante do barco, Airton da Silva Maciel, era habilitado para a função. Ele e o proprietário da embarcação foram ouvidos pela Polícia Civil e, segundo o delegado, afirmaram que o barco era legalizado.

Passageiros relataram que ninguém usava coletes salva-vidas na noite de ontem. O comandante afirmou que começou a distribuir os coletes assim que o problema começou, mas que o barco submergiu muito rápido, o que teria dificultado a distribuição.

ANUNCIADA

No dia 22 de maio de 2010, o naufrágio de uma lancha com 11 pessoas no lago Paranoá resultou na morte de duas irmãs de 18 e 21 anos.

A embarcação estava superlotada e tinha capacidade para apenas seis passageiros. Após a tragédia, a Marinha informou que iria intensificar a fiscalização no lago, inclusive no período noturno.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página