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Shopping em SP é condenado a pagar R$ 40 mil a menina com Down
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NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
A Justiça condenou um shopping e uma empresa de recreação infantil a pagar R$ 40 mil de indenização a uma criança de seis anos, com síndrome de Down, que foi impedida de brincar enquanto a mãe fazia compras.
O caso aconteceu em Taubaté, no interior de SP. Nadir Aparecida Nunes da Silva, 52, conta que deixou a filha Andressa na piscina de bolinhas por cerca de 30 minutos. Mas, quando foi buscá-la, encontrou-a isolada das outras crianças e ouviu da gerente que a menina não poderia mais voltar.
Segundo a mãe, o motivo alegado era que o lugar não tinha "brinquedos especiais" para a garotinha. "A funcionária disse que ela não poderia frequentar porque era uma criança especial e tinha cliente com preconceito."
A mãe registrou uma reclamação à administração do shopping. No dia seguinte, uma funcionária telefonou.
"Ela tentou me convencer a levar a Andressa só nos dias de semana, que é quando há menos crianças no brinquedo. Sempre fui no fim de semana, agora vou levá-la em outro dia só porque ela é Down?", reclama.
A sentença favorável ao pedido de indenização foi definida na semana passada. Em nota, o Taubaté Shopping negou que tenha havido discriminação e disse que a responsabilidade pelo fato é da empresa que aluga o espaço. O shopping afirma ainda que vai recorrer da decisão.
MÁGOA
Já pra a advogada da empresa Brinquedo Mágico, Cecília Maria Carvalho, o que houve foi um mal-entendido entre a mãe e a funcionária.
Ela nega que a menina tenha sofrido preconceito. "A menina entrou e brincou. Por que seria discriminada na saída? Não tem lógica."
Segundo Carvalho, a criança já tinha frequentado o parque em outros momentos. Em nota, a empresa disse que a funcionária apenas chamou a atenção da mãe por ela ter ido buscar a filha após o fechamento do brinquedo, às 22h.
A mãe nega que tenha ultrapassado o horário. "Era véspera de feriado e a funcionária mesmo disse que iria fechar só às 23h. Mas peguei ela antes das 22h", diz.
Silva afirma que não tem planos de levar a filha para brincar novamente no local. "Ela fica com mágoa [de não ir]. Mas temos receio de levar e acontecer de novo."
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