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Banheiro para cadeirantes em escola de SP não tem porta
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TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
A escola estadual Buenos Aires, referência para o atendimento de deficientes físicos na zona norte de São Paulo, tem, há pelo menos um ano, um banheiro para cadeirantes que não pode ser usado por eles.
A porta e a divisória que separavam o vaso sanitário destinado a esses estudantes (com barras de apoio laterais) caíram, e resta aos alunos cadeirantes usar o local na frente de outras pessoas ou recorrer ao banheiro do edifício ao lado.
Raphael Pereira |
Banheiro da escola estadual Buenos Aires, zona norte de São Paulo, após queda de porta e divisória |
No prédio vizinho, que também pertence à escola, funciona uma unidade da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
Os dois prédios são interligados por uma rampa. Mas, para chegar à AACD, os alunos têm que cruzar todo o pátio, passar pela rampa e entrar por um outro corredor.
"Eu vou [ao outro prédio] com facilidade porque tenho mais mobilidade. Mas outros têm menos, o que torna mais complicado", diz o estudante Raphael Pereira, 16.
Aluno do 1º ano do ensino médio, Raphael é cadeirante e desde 2008, segundo ele, luta para que seja possível usar o banheiro novamente.
Ele já foi do grêmio e representante dos alunos no conselho da escola. Mas até hoje não obteve sucesso.
Na escola, existem atualmente 42 cadeirantes, segundo a secretaria, sendo dez deles homens --o problema é no banheiro masculino.
Apesar de a secretaria afirmar que no distrito de Santana, onde fica a escola, existem cinco escolas adaptadas para cadeirantes, o pai de Raphael afirma que não as encontrou facilmente.
"Antes de matriculá-lo, procurei em toda a região e essa é a única escola da zona norte que tem arquitetura adequada para cadeirantes", conta Vitor Hugo Pereira, 50.
Um decreto federal exige que, desde 2007, todos os prédios públicos (incluindo, portanto, as escolas) sejam adaptados. Na rede estadual, só 40% das escolas são.
A escola adaptada Buenos Aires tem ainda outro problema: a calçada esburacada torna difícil a passagem das cadeiras de rodas dos alunos.
Gabo Morales/Folhapress | ||
Estudante cadeirante Raphael Preto Alves Pereira, 16, em frente a Escola Estadual Buenos Aires, em São Paulo |
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo disse que o problema da divisória do banheiro para cadeirantes aconteceu no ano passado, mas que deu início ontem a obras de reforma na escola, num valor total de R$ 83 mil.
Segundo o órgão, entre os serviços que serão executados está a construção da divisória do banheiro masculino, para permitir seu uso pelos estudantes cadeirantes.
A previsão é que a obra seja concluída em 60 dias.
A reportagem da Folha esteve ontem na escola e não viu nenhuma movimentação relacionada a obras perto do banheiro masculino.
De acordo com a secretaria, existem 2.097 escolas estaduais em São Paulo adaptadas para cadeirantes ou em processo de adaptação. São 5.300 escolas na rede.
"O secretário Herman Voorwald determinou a elaboração de um plano para assegurar a acessibilidade na rede estadual de ensino em todo o Estado de São Paulo", afirmou por meio de nota.
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