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09/06/2011 - 13h38

Defensoria estuda medida para libertar bombeiros presos no Rio

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FÁBIO GRELLET
DO RIO

A Defensoria Pública do Estado do Rio está analisando a decisão da juíza Ana Paula Pena Barros, que indeferiu o pedido de libertação dos bombeiros presos desde o último sábado, após a ocupação do quartel central da instituição.

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"Só hoje de manhã tivemos acesso à decisão da juíza e aos autos de prisão dos bombeiros. Ainda vamos analisar esses documentos para decidir qual será a próxima medida", disse o defensor público Luis Henrique Drummond.

Segundo ele, a medida mais provável a ser apresentada é habeas corpus, mas a decisão final depende da análise dos autos e da decisão da juíza. "São muitos documentos e talvez não seja possível decidir ainda hoje", afirmou. "Precisamos avaliar com calma para conseguirmos demonstrar à juíza que a libertação deles é adequada", afirmou.

Hoje, três representantes dos bombeiros do Rio afirmaram não reconhecem a Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros como entidade capaz de negociar reivindiçações com o governo e encerrar o protesto da categoria.

"Só vamos tratar de salários depois que os 439 bombeiros presos forem libertados. Por enquanto, ainda que o governador [Sérgio Cabral] ofereça salário de R$ 10 mil, a gente não vai sair da frente da Assembleia", disse o cabo Laércio Soares, 37.

Além dele, se apresentaram como representantes do movimento o capitão Lauro Botto, 31, e Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes presos após a ocupação do quartel central.

"O apoio de qualquer entidade honesta, como a associação, é bem-vinda, mas não vamos negociar antes da libertação dos colegas", disse Botto.

Divulgação
Bombeiros e parentes de bombeiros protestam contra as prisões em Cabo Frio (região dos lagos)
Bombeiros e parentes de bombeiros protestam contra as prisões em Cabo Frio (região dos lagos)

INVASÃO

Na noite da última sexta-feira (3), o quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.

Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h do sábado (4) o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás e, logo após, liberada.

Os líderes da invasão ao quartel podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.

Leitor
Bombeiros do Rio registram situação dos presos no quartel de Gragoatá, em Niterói (região metropolitana)
Bombeiros do Rio registram situação dos presos no quartel de Gragoatá, em Niterói (região metropolitana)

"VÂNDALOS"

Em entrevista coletiva no sábado (4), o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação 'inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro'.

Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial.

No dia, Cabral anunciou o coronel Sergio Simões como novo comandante do Corpo de Bombeiros e subsecretário de Defesa Civil do Estado, no lugar do coronel Pedro Machado.

 

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