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Defensoria estuda medida para libertar bombeiros presos no Rio
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FÁBIO GRELLET
DO RIO
A Defensoria Pública do Estado do Rio está analisando a decisão da juíza Ana Paula Pena Barros, que indeferiu o pedido de libertação dos bombeiros presos desde o último sábado, após a ocupação do quartel central da instituição.
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"Só hoje de manhã tivemos acesso à decisão da juíza e aos autos de prisão dos bombeiros. Ainda vamos analisar esses documentos para decidir qual será a próxima medida", disse o defensor público Luis Henrique Drummond.
Segundo ele, a medida mais provável a ser apresentada é habeas corpus, mas a decisão final depende da análise dos autos e da decisão da juíza. "São muitos documentos e talvez não seja possível decidir ainda hoje", afirmou. "Precisamos avaliar com calma para conseguirmos demonstrar à juíza que a libertação deles é adequada", afirmou.
Hoje, três representantes dos bombeiros do Rio afirmaram não reconhecem a Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros como entidade capaz de negociar reivindiçações com o governo e encerrar o protesto da categoria.
"Só vamos tratar de salários depois que os 439 bombeiros presos forem libertados. Por enquanto, ainda que o governador [Sérgio Cabral] ofereça salário de R$ 10 mil, a gente não vai sair da frente da Assembleia", disse o cabo Laércio Soares, 37.
Além dele, se apresentaram como representantes do movimento o capitão Lauro Botto, 31, e Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes presos após a ocupação do quartel central.
"O apoio de qualquer entidade honesta, como a associação, é bem-vinda, mas não vamos negociar antes da libertação dos colegas", disse Botto.
Divulgação | ||
Bombeiros e parentes de bombeiros protestam contra as prisões em Cabo Frio (região dos lagos) |
INVASÃO
Na noite da última sexta-feira (3), o quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.
Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h do sábado (4) o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás e, logo após, liberada.
Os líderes da invasão ao quartel podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.
Leitor | ||
Bombeiros do Rio registram situação dos presos no quartel de Gragoatá, em Niterói (região metropolitana) |
"VÂNDALOS"
Em entrevista coletiva no sábado (4), o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação 'inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro'.
Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial.
No dia, Cabral anunciou o coronel Sergio Simões como novo comandante do Corpo de Bombeiros e subsecretário de Defesa Civil do Estado, no lugar do coronel Pedro Machado.
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