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Testemunhas são ouvidas sobre fraude na saúde em Sorocaba (SP)
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DE SÃO PAULO
A polícia e o Ministério Público ouviram, entre ontem e esta terça-feira, cerca de 30 pessoas como parte das investigações sobre as fraudes na saúde em Sorocaba (99 km de SP).
Gravações mostram conversas de suspeitos
Promotoria investiga 50 médicos suspeitos de fraude em Sorocaba
Após denúncia de fraude, hospitais passarão por auditoria
Polícia Civil prende 12 suspeitos de fraude em hospitais
No último dia 16, uma operação prendeu 12 pessoas suspeitas de desviar recursos públicos e fraudar licitações do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, hospital vinculada ao governo estadual.
De acordo com a Promotoria, os médicos são suspeitos de receber por plantões que jamais trabalharam. Ao invés de darem plantão na cidade, os profissionais trabalhavam em outros hospitais, inclusive na capital paulista.
Os médicos são suspeitos de receber cerca de R$ 15 mil por mês sem trabalhar. O desvio, em três anos, chega a R$ 1,8 milhão, conforme a investigação.
A investigação já derrubou o médico e secretário estadual de Esporte, Jorge Pagura, e o coordenador da Secretaria da Saúde Ricardo Tardelli.
Devido às investigações, a Secretaria da Saúde determinou ontem uma auditoria nos plantões dos hospitais e a instalação de ponto eletrônico nas unidades.
PRESOS
Ontem, a Justiça prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária de oito suspeitos de fraudes: Ricardo José Salim, Célia Chaib Arbage Romani, Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa de Barros, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim, Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite
A dentista Tania Maris De Paiva é considerada foragida.
Marcia Regina Leite Ramos, Kleber Castilho e Antonio Carlos Nasi foram soltos porque o Ministério Público disse que eles colaboraram com a investigação.
O atual diretor do CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba), Heitor Consani, foi solto porque conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça.
VOLUNTÁRIO
De acordo com o governo, Pagura pediu demissão na última sexta, "em caráter voluntário, com o objetivo de facilitar o esclarecimento dos fatos investigados pelo Ministério Público e pela Corregedoria Geral da Administração". O pedido foi aceito domingo pelo governador Geraldo Alckmin.
Pagura, que é médico de profissão, foi citado na investigação de Sorocaba, cidade na qual é lotado. Assessores afirmam que ele não está envolvido no escândalo, mas pôs o cargo à disposição para "dar tranquilidade" ao governador.
O coordenador de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, também suspeito de envolvimento no esquema, pediu demissão nesta segunda-feira. A Secretaria da Saúde informou que ele nega ter conhecimento do esquema, mas não informou o motivo da demissão.
Colaborou AFONSO BENITES, DE SÃO PAULO
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