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02/07/2011 - 00h10

Fernando Coutinho (1930-2011) - O aposentado de 'rodinhas no pé'

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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Bastava Fernando Julio Paranaguá Coutinho meter uma ideia na cabeça para ir pesquisar tudo sobre ela. Foi o que aconteceu com o mel.

Leia sobre outras mortes

Mesmo com uma aposentadoria boa, dos tempos de fiscal de renda, decidiu vender o fluido açucarado feito pelas abelhas. Visitou fabricantes para saber detalhes, comprou um carro espaçoso, encheu-o com mel e saiu por aí vendendo o produto. Até que um dia se cansou.

Fez tantas coisas e mudou-se tanto que os filhos diziam que ele tinha rodinhas nos pés. Depois do mel, começou com plantações em casa.

Filho de um médico do Exército e de uma dona de casa, Fernando nasceu no Rio. Aos cinco, quase morreu de pneumonia e, aos sete, perdeu a audição do ouvido esquerdo por problemas de saúde. Aos 14, veio para SP.

Após começar como fiscal, foi transferido para cidades do interior de SP. No trem, conheceu a primeira mulher, com quem teve três filhos.

Morou em Araçatuba (SP) e em Campinas (SP), onde se formou em economia na PUC. Nessa época, montou uma banquinha de livros em frente à faculdade. Com o golpe de 1964, teve de esconder as obras onde deu. Algumas nunca mais encontrou.

Separou-se e casou-se de novo. Aos 55, teve mais um filho. Andava sempre com um lenço no bolso e dizia: "Homens de valor usam lenço".

Superou cânceres de próstata, rim e intestino, mas teve problemas cardíacos. Por ter sobrevivido a 16 cirurgias, dizia ser mais forte que a morte. Desejando ser cremado, visitou alguns crematórios para saber como funcionavam. Morreu no sábado, aos 81.

 

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