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03/07/2011 - 12h30

Mesma rodovia tem trechos com realidades diferentes em SP

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JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Quem deixa Barretos (423 km de SP) em direção a Minas Gerais dá adeus à pista dupla na rodovia Brigadeiro Faria Lima para enfrentar, na mesma estrada, buracos, desníveis e acostamento de terra.

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Ao sair de Bebedouro (381 km de SP), na SP-322, rumo ao norte, o motorista vê uma pista com ondulações e acostamento precário. A partir de Itapetininga (172 km de SP), o que se encontra na Raposo Tavares até Ourinhos (378 km de SP), a oeste, é uma estrada com buracos e acostamento ruim.

Além de ter de pagar mais caro pelo pedágio desde anteontem, o motorista das rodovias paulistas que deixa trechos de concessão se depara com a precariedade de parte das estradas controladas pelo Estado.

Levantamento feito pela Folha mostra que há problemas em ao menos sete trechos não pedagiados de rodovias estaduais no interior que são administradas pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

As vias, em geral, são de pista simples e têm trechos com buracos, degraus e acostamento de terra, segundo constatação da Folha e relatos da Polícia Militar Rodoviária, de sindicatos de transporte de cargas e de prefeituras.

São 15,5 mil quilômetros de rodovias sob tutela do Estado e outros 6,1 mil nas mãos das concessionárias. O DER diz que a malha estadual é extensa, mas que estão previstas melhorias para os próximos dois anos.

Edson Silva/France Presse
Cruzes são colocadas no acostamento da rodovia Brigadeiro Faria Lima, no interior paulista
Cruzes são colocadas no acostamento da rodovia Brigadeiro Faria Lima, no interior paulista

MORTES

Com pista simples e muitos caminhões, o resultado são acidentes --muitos com mortes. Na Faria Lima, nove pessoas morreram neste ano e 39 se feriram nos 40 km entre Barretos e Colômbia (467 km de SP).

"Meu irmão sempre pedia para eu tomar muito cuidado, porque essa pista é perigosa", disse Daniel Gangini, 30, parente de uma das vítimas.

As mortes levaram a população a espalhar mil cruzes pelo trajeto, pedindo a duplicação da via.

As reclamações se repetem na SP-322 (Armando Salles Oliveira), de Bebedouro a Cardoso (559 km de SP). "A via é cheia de ondulações e não dá nem para pensar em usar o acostamento", disse o prefeito de Monte Azul Paulista, Cláudio Gilberto Arroyo (PMDB).

Há falhas também na SP-255 (Otávio Pacheco de Almeida Prado/João Mellão). "Falta sinalização e a pista está ruim entre São Manuel e Avaré", afirmou Wilson Piccolo Soares, do Sindetrans, entidade de transporte de cargas na região de Ribeirão.

Outros pontos críticos são a SP-270 (Raposo Tavares), a SP-310 (Washington Luís), a SP-334 (Candido Portinari) e a SP-333 (Abrão Assed).

PEDÁGIO

Para Manoel Sousa Lima Junior, vice-presidente do Setcesp, o sindicato do transporte de cargas no Estado, as boas rodovias estão sob concessão. "O resto é buraco, desnível e má conservação."

O problema, segundo ele, é o alto preço do pedágio. Uma carreta de cinco eixos que viaja de Ribeirão a Itapevi paga R$ 461,50 de pedágio --ida e volta. Se viajar todos os dias, em 21 meses o valor do pedágio empata com o preço do veículo (R$ 300 mil).

Para especialistas, a diferença de qualidade entre as pistas sob concessão e o trecho gerido pelo Estado aumenta a insegurança e é resultado da falta de investimento do governo em suas próprias pistas.

 

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