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Fernando Fiuza de Melo (1945-2011) - Conhecia a tuberculose pelo cheiro
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
O paraense Fernando Augusto Fiuza de Melo, doutor em pneumologia pela Unifesp, dizia ter aprendido tanto sobre a tuberculose que conseguia sentir seu cheiro. O odor, contava, era parecido com o de roupa mofada.
Tisiologista (médico especialista em tuberculose), trabalhou nos últimos 35 anos no Instituto Clemente Ferreira, sete deles como diretor.
Fernando só conseguiu exercer a medicina sete anos após concluir a faculdade. Líder estudantil e militante da Ação Popular, formou-se dois dias antes do AI-5, o ato que endureceu a ditadura em 1968. Quando foi pegar o diploma, soube que estava sendo procurado.
Já casado com a agrônoma Maria Margarida, fugiu e passou a viver na clandestinidade como agricultor e mascate na zona do Araguaia. Depois, foi para o Nordeste, onde trabalhou como publicitário.
Em 1974, acabou preso com a mulher e o filho pequeno, que foi enviado a Belém para ficar com um tio. Passou nove meses na cadeia e, no período, sofreu torturas.
Após ser solto, conseguiu resgatar o diploma. Em 1975, mudou-se para São Paulo, especializou-se em pneumologia e passou no concurso para tisiologista do Estado.
Chegou a se engajar na luta pelas Diretas, mas depois se decepcionou com a política partidária e largou a militância. Seguiu só com a medicina, paixão que a mulher, brincando, chamava de rival.
Seus três filhos foram batizados com codinomes usados por antigos companheiros seus: Raul, Renato e Roberto. Teve ainda um neto.
Sofria de câncer. Morreu no domingo, aos 66 anos.
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