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19/07/2011 - 11h55

Moradores pedem estudo para congelar a avenida Sumaré, em SP

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VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Construída no fundo do vale de um córrego canalizado na década de 1960, a avenida Sumaré, na zona oeste de São Paulo, não exibe valor arquitetônico aparente.

Mesmo assim, moradores dos bairros que ela corta --Perdizes e Sumaré, além da Barra Funda-- querem o seu tombamento. O objetivo é evitar que futuros projetos viários acabem com o canteiro central, usado para lazer.

O pedido de abertura de estudo de tombamento vai a votação no Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico) hoje. Se for aceito, a avenida da zona oeste fica "congelada" até que se tenha uma decisão definitiva.

Embora a avenida esteja incluída no tombamento que protege o traçado urbano de Perdizes, os moradores acharam que seria bom, como prevenção, especificar melhor o que deve ser protegido.

O temor surgiu em 2007, com o anúncio de que a avenida abrigaria um corredor de ônibus, ideia abandonada ainda naquele ano.

Edvaldo Godoy, da Associação dos Moradores da Barra Funda e um dos responsáveis pelo pedido, diz que "havia um medo de que o canteiro fosse destruído para ampliar a avenida. Depois, foi feita a pista para motoqueiro. Quando as coisas estão calmas é que vem a bomba".

Carlos Cecconello/Folhapress
Associação de moradores quer tombamento de canteiro central da av. Sumaré devido ao medo de obras futuras
Associação de moradores quer tombamento de canteiro central da av. Sumaré devido ao medo de obras futuras

MEDO FUNDAMENTADO

Para o urbanista da FAU-USP, Renato Cymbalista, o temor é "absolutamente fundamentado". Ele cita a 9 de Julho e a Rebouças como avenidas que tiveram canteiros diminuídos. "O tombamento tem sido muito usado entre moradores com medo de ter sua qualidade de vida atingida. A pergunta é se essa é a melhor ferramenta".

Recentemente, moradores do Itaim Bibi, também na zona oeste, conseguiram abrir estudo de tombamento de uma área verde com equipamentos públicos que a prefeitura quer ceder para construtoras em troca da creches.

Para arquiteta Nadia Somehk, que é também conselheira do Conpresp, não faz muito sentido tombar a via. "Pode ser que estejam querendo outra coisa, como transformar aquele passeio em avenida parque."

"Aqui [o canteiro central] é o lugar onde as pessoas ainda se encontram. Mas com os carros cada vez mais em evidência, dá para imaginar que ele poderia desaparecer", diz Ricardo Godoy, 38, que mora a uma quadra da avenida e caminhava ali ontem à tarde.

 

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