Vara onde juíza morta atuava retoma julgamentos com substituto

O juiz Fábio Uchoa realizou nesta quarta-feira o primeiro júri da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, desde a morte da juíza Patrícia Acioli. Apesar de não se tratar de um grupo de extermínio sentado no banco dos réus, Uchoa admitiu antes de entrar no tribunal estar "apreensivo" com o desafio de substituir Acioli.

Antes de morrer, juíza iniciou grupo para investigar policiais
Juíza morta em Niterói temia processo de policial, diz família

Ao fim da sessão, ele disse que o júri foi "tranquilo". O réu (Alteir José de Oliveira) foi condenado por duas tentativas de homicídio.

"Os jurados votaram sem nenhuma dificuldade. [O réu] Teve, por circunstâncias do processo, a pena fixada no mínimo. O júri correu da melhor forma possível, sem nenhum tipo de problema", disse à Folha o juiz.

Em relação à força-tarefa formada por ele e outros dois juízes, Uchoa disse que a divisão de serviço será feita de acordo com a necessidade de cada caso.

"O importante é manter o trabalho em dia", disse. A meta da força-tarefa formada é finalizar até dezembro deste ano 1.200 processos que aguardam na fila.

Uchoa também lembrou que há casos envolvendo PMs em qualquer tribunal. "Em todos os tribunais há uma grande incidência de processos envolvendo policiais militares. Aqui possivelmente tem também. Não é privilégio, nem exclusividade nenhuma", afirmou.

O juiz conhecia Acioli há 24 anos. Eles trabalharam juntos em 1987, na defensoria pública de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

"Ela sempre foi muito trabalhadora, dedicada, comprometida com sua função", disse.

Hoje, equipamentos de segurança começaram a ser instalados na entrada principal do Fórum de São Gonçalo. Em funcionamento há oito anos sem tais aparatos, o local contará a partir da próxima semana com dois detectores de metais, duas esteiras e dois aparelhos de raio-x.