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29/08/2011 - 19h28

Greve de fome em prisões de João Pessoa perde força, diz governo

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JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO

A greve de fome iniciada por detentos de dois presídios de João Pessoa começou a perder força nesta segunda-feira (29), disse o governo da Paraíba hoje à tarde. A Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba não divulgou números, mas afirma que a maior parte dos presos em greve de fome já desistiu do protesto.

Presos fazem greve de fome em João Pessoa

Agentes penitenciários ouvidos pela imprensa local afirmaram que o número de presos que se recusaram a comer variava de 100 a 600. Segundo o governo, números oficiais não foram divulgados porque outros presos podiam ser incentivados a fazer o mesmo.

De acordo com a Administração Penitenciária da Paraíba, a greve foi iniciada pelos presos para exigir o fim das restrições à entrada de alimentos trazidos por parentes e a saída do diretor de uma das unidades prisionais do Estado.

A greve de fome foi iniciada no sábado (27) e, segundo a secretaria, foi ordenada por líderes da "Al Qaeda" e da "Estados Unidos", duas facções rivais que agem em presídios da Paraíba.

A maior parte dos presos em greve de fome ainda está concentrada na Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecido como presídio do Roger.

Segundo a secretaria, além de exigir a liberação de alimentos no presídio do Roger, os líderes das facções querem a saída do diretor do presídio Romeu Gonçalves Abrantes, o PB-1, uma prisão de segurança máxima também instalada na capital paraibana.

A unidade é comandada pelo capitão da Polícia Militar Sérgio Fonseca, que assumiu o cargo no início de agosto. De acordo com secretário da Administração Penitenciária da Paraíba, Harrison Targino, o capitão despertou a raiva dos presos por ser considerado mais duro que seu antecessor.

Segundo Targino, os líderes das facções ameaçaram os presos a não comerem sob ameaça de espancamento e de morte. Ainda segundo o secretário, todos os presos que desistiram da greve estão recebendo atendimento médico. Nenhum detento foi levado para o hospital.

DENÚNCIAS

Hoje, a seccional da Paraíba da Ordem dos Advogados do Brasil formou uma comissão especial para apurar as denúncias de tortura e maus-tratos aos detentos que cumprem pena nos presídios da Paraíba.

Os membros da comissão afirmam que vão fazer diligências nos presídios para verificar a veracidade das denúncias. Ainda hoje, a comissão deve se reunir com Harrison Targino.

Em janeiro, o Conselho Nacional de Justiça, em seu relatório final do mutirão carcerário realizado na Paraíba, pediu o fechamento do presídio do Roger. No relatório, o CNJ apontou más condições de higiene, alimentação inadequada e superlotação.

Com capacidade para 400 presos, o Roger abriga mais de 1.000 detentos. Em 2009, o governo da Paraíba afastou o então diretor do presídio após imagens divulgadas na internet mostrarem o espancamento do preso suspeito de cometer uma chacina. No mesmo ano, um tumulto em um dos pavilhões resultou na morte de cinco presos.

 

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