Ruy Mendes Gonçalves (1936-2011) - Passou 42 anos cercado por livros

Após alcançar uma vida profissional bem-sucedida, o administrador Ruy Mendes Gonçalves passou a se preocupar com familiares, amigos e funcionários que precisavam de ajuda --financeira ou não--, assim como fizeram com ele na infância.

Criado pelos parentes maternos, ele morava um tempo com um tio, outro tanto com os avós. Foi assim até os 15 anos, quando um primo, que tinha filhos da idade de Ruy, levou-o para sua casa.

De lá, só saiu em 1966, ao se casar com Maria Isabel, neta de Joaquim Saraiva, fundador do grupo Saraiva.

Três anos depois, deixou o emprego no Banco do Brasil para trabalhar na empresa, onde ficou por 42 anos. Era acionista e também foi diretor e conselheiro do grupo, além de presidente da livraria.

Apesar de viver rodeado de livros, não gostava muito de ler --também não tinha tanto tempo para isso, já que passava quase o dia inteiro no trabalho.

Em 2004, ajudou a fundar o Instituto Jorge Saraiva, na Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo), que hoje atende cerca de cem crianças entre dois e seis anos de idade.

Nas poucas horas de folga, gostava de ficar com a família e de assistir aos jogos do São Paulo, paixão que adquiriu do pai, com quem conviveu dos nove aos 14 anos, até a morte dele. Era tão fanático pelo clube que costumava chamar as filhas, também torcedoras, só de "são-paulinas".

Viúvo do primeiro casamento, em 2000 conheceu Tatiane, sua atual mulher.

Morreu no sábado, aos 75 anos, de leucemia. Deixa viúva, seis filhos e seis netos.

Suas cinzas serão jogadas no estádio do Morumbi pelo goleiro Rogério Ceni, amanhã, antes da partida entre São Paulo e Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro.

A missa do sétimo dia será realizada na sexta-feira, às 12h, na igreja São José, Jardim Europa, São Paulo.