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15/09/2011 - 00h10

Nadir Gouvêa Kfouri (1913-2011) - Reitora da PUC na invasão de 1977

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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Um dos prazeres de Nadir Gouvêa Kfouri, quando foi reitora da PUC de 1976 a 1984, era poder observar da janela de sua sala os estudantes da universidade. Solteira, considerava aqueles alunos, ao lado dos sobrinhos, seus filhos.

Ela se tornou um ícone na instituição por ter, em 1977, enfrentado os militares que invadiram a PUC para reprimir violentamente um ato estudantil. Recusou-se a responder e a apertar a mão das autoridades e, dias depois, apresentou uma queixa-crime contra a Secretaria da Segurança Pública pela invasão e danificação das instalações.

Nascida em Avaré (SP), era a mais velha de seis irmãos. Veio jovem a São Paulo, onde, nos anos 30, entrou na Escola de Serviço Social, formando-se na primeira turma. Acabaria diretora da escola, incorporada depois à PUC.

Concluiu a pós-graduação nos Estados Unidos, nos anos 40, e, na década seguinte, deu aulas na Espanha, país pelo qual se apaixonou.

Foi convidada a assumir a reitoria da PUC em 1976. Em 1980, tornou-se a primeira reitora escolhida em eleições diretas, após receber 7.058 votos de professores, alunos e funcionários. Exerceu o cargo até se aposentar, em 1984.

Era brava, enérgica e, ao mesmo tempo engraçada, lembra o sobrinho e colunista desta Folha Juca Kfouri.

Costumava ler o dia inteiro. Há cerca de dois anos, porém, perdeu a visão. Estava com a saúde fragilizada.

Morreu anteontem, aos 97, em decorrência de uma pneumonia. No testamento, deixou o apartamento onde morava em São Paulo para o filho da empregada responsável por cuidar dela até os últimos dias. A missa do sétimo dia será na próxima quarta, às 19h, na capela da PUC-SP.

 

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