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PM de Ribeirão Preto faz propaganda de empresas em protocolos
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GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
A Polícia Militar de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) faz propaganda de empresas privadas em protocolos de trânsito sem licitação.
A maioria das patrocinadoras é do ramo automotivo -guincho, mecânica e funilaria, cujas marcas aparecem em destaque nos impressos.
A PM diz que qualquer empresa pode pagar a impressão.
Para o docente de filosofia e ética política da Unicamp Roberto Romano, o procedimento não é ilegal, mas imoral. "É algo inédito. Nunca ouvi falar sobre isso no país, e se trata de uma concorrência desleal entre aqueles que não financiam a polícia."
Segundo ele, patrocinadoras acabam sendo favorecidas quando há a necessidade de contratação de serviços por envolvidos nos acidentes. "A prestação de serviço a órgão público deve ser por licitação, sem favorecimento."
A Folha teve acesso a comprovantes, que têm dados sobre a ocorrência, como local, data e hora. Renato Veiga, dono de uma empresa de guincho, confirmou patrocinar.
Por R$ 200, teve impressos marca e telefones. "Fica mais fácil para quem sofre acidente e precisa de contatos para guincho, caso não tenha seguro." Ele disse não ver problema e que não visa lucro.
A oficina Massaro Auto Service também banca a impressão. André Massaro, diretor da empresa, foi procurado, mas não quis comentar.
Porém, a parceria vai além. A Folha apurou que há empresas que consertam de graça carros da PM que se envolvem em acidentes sem a devida precaução. A corporação diz ter oficina própria e que não tem convênio com empresa privada. O caso será apurado.
Silva Junior/Folhapress | ||
Protocolos de comprovante de boletim de ocorrência da PM de Ribeirão com propagandas |
OUTRO LADO
O tenente-coronel Salvador Loureiro Júnior, comandante da PM em Ribeirão, disse em nota que o patrocínio nos comprovantes é adotado "há muito tempo". Ele não citou data.
Para a PM, não há imoralidade. Segundo o comandante, a impressão dos talões é uma colaboração da comunidade, uma vez que a PM não possui previsão de compra.
Consequentemente, de acordo com ele, não há como fazer licitação para o serviço.
"Ajuda o usuário a lembrar-se daqueles dados para posteriormente requerer a cópia da ocorrência lavrada."
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