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15/10/2011 - 11h55

Bairro construído sobre antigo lixão tem problemas em Ribeirão Preto (SP)

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GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Após 18 anos da construção de conjuntos habitacionais pela Cohab-RP em cima de um antigo lixão no Jardim Juliana e no Palmeiras 2, em Ribeirão Preto (313 km de SP), moradores afirmam que um odor semelhante ao de gás sulfídrico, que é venenoso, se intensificou nas últimas semanas.

A reclamação é unânime: o cheiro vem dos ralos, vasos sanitários e bidês, nos banheiros. Além disso, a estrutura de casas visitadas pela reportagem na manhã de ontem (14) está comprometida.

Moradores relataram à Folha que estão com medo de continuar morando no local, principalmente depois de problemas constatados no shopping Center Norte, na capital, construído em cima de um antigo aterro sanitário.

O ambientalista Paulo Finotti, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, explica que o gás sulfídrico, que tem cheiro semelhante a de ovo podre, ataca diretamente o cérebro e pode causar a morte.

O problema é que na região também há gás metano, que é explosivo. "Uma simples faísca pode causar um enorme estrago", diz.

A dona de casa Irani Cleusa de Oliveira, 50, afirma que o cheiro é mais forte durante a noite e que deseja se mudar o mais rápido possível. "Tenho três filhos que moram comigo e há dias não consigo dormir direito, de preocupação."

Segundo o promotor Carlos Cezar Barbosa, que ajuizou duas ações civis públicas há dez anos, laudos comprovam a existência dos gases. "Toda a área está comprometida e o problema ainda não foi solucionado."

DESABAMENTO

O medo de possível desabamento também coloca os moradores em alerta. Por conta da existência de bolsões de gases, o solo é descompactado e as casas apresentam problemas estruturais, como rachaduras.

Na residência da aposentada Irma Oliveira, 59, a parede entre o banheiro e a cozinha cedeu. A pia do banheiro é apoiada por um pedaço de madeira e há trincas espalhadas por toda parte.

"Já gastei muito dinheiro só com reforma. Não quero mais ficar aqui", disse.

OUTRO LADO

O diretor presidente da Cohab-RP, Silvio Martins (PMDB), disse que todas as 222 casas que estavam comprometidas foram demolidas e as famílias, indenizadas. "O que restou somente será mexido se houver ordem judicial", disse.

Martins afirmou ainda que está amparado em laudo produzido no ano passado, que aponta a inexistência de problema nos bairros.

 

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