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Ribeirão Preto
Veterinária é afastada após morte de cão no Centro de Zoonoses
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ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
Atualizado às 22h22.
A morte de um cão da raça beagle, que foi eutanasiado no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Araraquara (273 km de SP) nesta semana, virou caso de polícia e está mobilizando entidades de defesa dos animais da cidade. Nesta noite, a prefeitura anunciou que vai afastar a veterinária Anabel Jacqueline Martins da Silva, 32, responsável técnica pelo CCZ, até apurar o ocorrido.
A dona do cão, Maria do Carmo, 64, registrou um queixa na polícia pela eutanásia do animal e cobra explicações das autoridades. Já o coordenador executivo da Vigilância em Saúde de Araraquara, Feiz Mattar, disse que não houve nada de errado porque o cachorro estava com sarna -por isso, representava risco à saúde.
O caso começou em 8 de março, quando o beagle Gabriel, de 7 anos, fugiu da casa de Maria do Carmo Silva Nogueira, 64.
Após procurá-lo por 12 dias pela vizinhança, ela descobriu que o cão estava no CCZ. Segundo Maria do Carmo, ela foi buscá-lo na terça-feira (20), mas o beagle havia sido morto naquela manhã. A veterinária Anabel disse que o fez porque o bicho estava com sarna.
Anabel disse à Folha que o cão foi recolhido no mesmo dia da fuga --8 de março-- após tentar invadir um comércio da cidade. Ela falou que esperou pela família do animal por 12 dias, o que não é praxe. "Faço saúde pública. As pessoas pensam que a gente trata animal no CCZ, mas não trata, o SUS --ao qual estamos subordinados-- não disponibiliza verba para isso", falou Anabel.
Segundo ela, um animal doente pode permanecer no CCZ por até 72 horas, de acordo com normas do SUS. Mattar disse que Anabel até errou por não fazer a eutanásia imediatamente no cão com sarna.
Segundo Toni Emerson Alves de Souza, gestor do CCZ, foram 29 animais submetidos à eutanásia em fevereiro, entre cães e gatos. Ele disse que os casos se enquadravam em bichos vítimas de atropelamentos, por exemplo, ou doentes.
Já o deputado estadual Feliciano Filho (PV) considera o número de eutanásia altíssimo. "Em Campinas (região onde ele atua) é uma eutanásia a cada um ou dois meses", falou.
Feliciano é autor de uma lei, sancionada pelo então governador José Serra em 2008, que tem por objetivo acabar com a eutanásia indiscriminada de animais em CCZs. Segundo ele, o caso de Araraquara "é um crime contra o meio ambiente", e o prefeito da cidade pode até ser processado por improbidade administrativa por não cumprir a lei de 2008.
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