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Ribeirão Preto
Grupo de Araraquara (SP) também luta contra alta nos salários de vereadores
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ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
Um grupo de Araraquara (273 km de São Paulo) promete fazer uma manifestação na próxima terça-feira (24) --dia de sessão na Câmara da cidade-- contra o aumento de 60% nos salários dos vereadores a partir de 2013.
O reajuste foi aprovado pelos próprios parlamentares nesta semana e fez os salários dos vereadores subirem de R$ 5.000 para R$ 8.000.
Chamado de Reage Araraquara, o grupo também é contra o aumento do número de cadeiras da Câmara, de 13 para 18 a partir da próxima legislatura.
"A ideia é fazer como o Movimento Panelaço de Ribeirão Preto. Vamos acompanhar as sessões, recolher assinaturas e derrubar essa lei, que foi aprovada às pressas", disse Fernando Mauro, 38, fundador do grupo.
Em vez de panelas, levadas à Câmara de Ribeirão no primeiro de uma série de protestos, o Reage Araraquara pretende acompanhar o trabalho dos vereadores munidos de apitos e cornetas. As sessões na cidade ocorrem a partir das 15h, às terças-feiras.
Segundo Mauro, no próximo dia 24, às 18h, haverá a coleta de assinaturas nas proximidades do prédio da Câmara, em pontos de ônibus e calçadas, na região central da cidade.
São necessárias 8.000 assinaturas de eleitores de Araraquara para que o grupo consiga transformar a iniciativa popular em projeto de lei a ser apreciado pela própria Câmara.
A proposta do Reage Araraquara é a de que os salários sejam corrigidos de acordo com a inflação, o que daria um aumento de cerca de 20% --de R$ 5.000 para R$ 6.000.
Segundo Mauro, nem ele nem outros membros do grupo fazem parte de movimentos político-partidários.
"Sou um cidadão que tem o direito de se manifestar", falou. Ele não descarta, no entanto, que pessoas vinculadas a partidos assinem a petição contra o aumento salarial ou integrem o movimento.
Os integrantes já discutiam políticas da cidade em outro grupo no Facebook, o Muro Branco, que pressionava vereadores e prefeitura a asfaltar ruas, tapar buracos, conter infestações de ratos em terrenos baldios, por exemplo.
A partir das recentes decisões da Câmara, nasceu o Reage Araraquara, disse Mauro.
Nesta sexta-feira, o vereador Carlos Nascimento (PT) protocolou um projeto para revisar o aumento de 60%. A Folha não conseguiu localizá-lo neste sábado.
CORREÇÃO DA INFLAÇÃO
Segundo Aluísio Brás (PMDB), presidente da Câmara conhecido como Boi, o aumento foi calculado com base na correção da inflação dos cinco anos anteriores, quando não houve aumento, e com projeção para os próximos quatro anos seguintes.
"Poderíamos ter um salário de até 50% daqueles recebidos por deputados estaduais, o que daria cerca de R$ 10 mil. Mas calculamos menos, R$ 8.000, com base nessas projeções", falou Boi, referindo-se à lei federal que estipula o teto dos vencimentos de acordo com os salários da Assembleia Legislativa e a população da cidade --em municípios maiores, como Ribeirão Preto, o teto é 75% dos salários dos deputados.
O vereador Carlos Nascimento (PT) protocolou ontem (20) um pedido de revisão do aumento salarial. Para Brás, trata-se de uma medida popular, já que ele não o fez pelos trâmites da Casa, que obrigam que qualquer proposta de reajuste de subsídio seja feita pela Mesa Diretora. A reportagem não conseguiu localizar Nascimento para comentar as declarações.
Assim como o Movimento Panelaço, de Ribeirão Preto (313 km da capital paulista), o Reage Araraquara se formou em uma comunidade da rede de relacionamentos Facebook.
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