Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter

Ribeirão Preto

21/09/2012 - 05h21

Daerp ignora seu jurídico e paga R$ 11 mi à Prefeitura de Ribeirão Preto

Publicidade

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

O Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) ignorou um parecer emitido por sua própria assessoria jurídica ao comprar áreas pertencentes à Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), em um negócio de R$ 11 milhões.

A transação envolveu sete imóveis que pertencem ao Executivo, mas que já são utilizados pelo Daerp, onde há poços ou reservatórios.

A Folha teve acesso a um parecer assinado por duas advogadas do Daerp, Patrícia de Carvalho Brochetto e Silvia Helena Alves dos Santos.

Edson Silva/Folhapress
Imóvel da Prefeitura de Ribeirão Preto, usado pelo Daerp, incluído na negociação
Imóvel da Prefeitura de Ribeirão Preto, usado pelo Daerp, incluído na negociação

No documento, as procuradoras jurídicas opinam que, por "moralidade, eficiência administrativa e efetividade", a negociação deveria ser feita na modalidade de "dação em pagamento".

Assim, a prefeitura repassaria os imóveis para pagar parte de uma dívida de R$ 66,6 milhões que tem com o Daerp.

As procuradoras afirmam que o valor do débito "é mais que suficiente para adquirir os imóveis de interesse do departamento".

No entanto, apesar do que escreveram as advogadas no parecer do Daerp, o negócio foi fechado por meio de um contrato de alienação (venda).

Assim, mesmo tendo a receber uma dívida de R$ 66,6 milhões da prefeitura, o Daerp decidiu pagar os R$ 11 milhões pelos imóveis.

Procurada desde segunda-feira (17), a prefeitura não falou sobre o destino que dará ao dinheiro.

O governo enfrenta aperto financeiro --o caixa em julho, de R$ 51,5 milhões, foi o segundo mais baixo do ano.

Na noite desta quinta-feira (20), na Câmara, o vereador oposicionista Nicanor Lopes (PSDB) disse que a negociação foi feita apenas para gerar caixa para prefeitura e permitir o pagamento de salários do funcionalismo.

A bancada de oposição à prefeita Dárcy Vera (PSD) anunciou que vai nesta sexta (21) à Justiça em busca de uma liminar para tentar barrar a venda.

Editoria de Arte/Folhapress

O NEGÓCIO

O contrato foi assinado no dia 11 entre Dárcy e o superintendente substituto do Daerp, Marcelo Santos Galli, que, três dias depois, determinou que fosse feita a liquidação dos R$ 11 milhões.

O pagamento, segundo detalhamento de despesa obtido no próprio site do Daerp, foi feito na segunda-feira.

Galli fechou a negociação porque substitui o superintendente Joaquim Ignácio da Costa Neto, que tirou férias justamente no dia 11, quando o contrato foi assinado.

Apesar de não ter avalizado a finalização do negócio, foi Costa Neto quem, em julho, demonstrou por escrito, em ofício a Dárcy, interesse pela compra dos imóveis.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página