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Ribeirão Preto

17/02/2013 - 04h44

Estudo expõe 'abismo' na oferta de médicos em SP

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JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Os únicos dois médicos formados em saúde da família que vivem no Vale do Ribeira, uma das áreas mais pobres de São Paulo, de tão exclusivos são chamados pelo nome pelo gestor estadual.

Não há geriatras nem endocrinologistas morando na região, que fica no sul do Estado, com 289,6 mil habitantes.

Residem no Vale só um dermatologista e um urologista -- Registro (188 km de SP), a maior cidade, tem pacientes esperando por um urologista desde 2011.

No outro extremo, as regiões de Bauru (329 km de SP) e Ribeirão Preto (313 km de SP), com duas das melhores faculdades de medicina do país (Unesp e USP), são as mais "lotadas" de médicos.

O "abismo" na oferta de profissionais está descrito no raio-x "Demografia Médica Paulista", publicado em dezembro pelo Cremesp (Conselho de Medicina do Estado).

Em cidades menores, sem estrutura ou equipe suficientes, o sistema de saúde inteiro "muitas vezes cabe em uma ambulância", como resume o conselheiro do Cremesp Isac Jorge Filho.

Nesses locais, afirma, é comum que mesmo um paciente com uma queixa simples seja colocado na ambulância e levado para uma cidade com mais recursos.

No Vale, além de um hospital sem UTI em Registro, a referência para toda a região é uma unidade regional na vizinha Pariquera-Açu (214 km de SP).

Ainda assim, para alguns serviços mais complexos, pacientes precisam ser levados para instituições de Sorocaba, Santos e São Paulo.

É a via-sacra pela rodovia Régis Bittencourt que enfrenta a dona de casa Roseli Rosa da Silva, 40, de Registro. Há cinco anos ela faz tratamento contra um câncer de mama, pelo SUS, na capital.

Roseli já chegou a viajar diariamente pela Régis, por 24 dias seguidos, em um bate e volta de ambulância entre São Paulo e Registro para as sessões de radioterapia.

SEM ATRATIVOS

Não é só a carência de estrutura de saúde -- bom hospital para trabalhar ou universidades que ofereçam aprimoramento -- que afasta médicos de algumas regiões.

A qualidade de vida pesa na decisão, admite o secretário da Saúde de Registro, João Sakô. "Faltam atrativos para fixar o médico", diz. "Temos três shoppings mais parecidos com galerias, um cinema antigo e não tem teatro."

Segundo Maria Jonice Curi Leite, diretora substituta do DRS de Registro (órgão estadual), a região, por ser pequena, não tem salários atrativos.

Mas, mesmo em regiões com abundância de médicos, como Ribeirão Preto, há queixa de espera por consultas.

 

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