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Números mostram que o trabalho infantil está subdimensionado
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RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
'Se o trabalho que enobrece condena o futuro de alguém, ele enobrece quem?', questiona o presidente da Fundação Telefônica/Vivo, que está investindo R$ 5 milhões em projeto de erradicação do trabalho infantil no Nordeste.
Inhapi é um dos menores municípios do semiárido alagoano e um dos mais pobres. Lá, 83% das crianças e adolescentes trabalham, segundo pesquisa elaborada pela Fundação Telefônica/Vivo com 2.398 meninos e meninas de até 16 anos em 2011.
Mas a empresa de telefonia quer reduzir esse número. Aliou-se à ONG Visão Mundial na oferta de atividades fora do horário de aulas no intuito de diminuir a evasão escolar e proporcionar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Também estão no escopo do projeto a sensibilização da sociedade e o apoio às famílias, por meio de geração de oportunidades econômicas. Serão investidos no programa, que terá duração de dois anos, R$ 5 milhões.
A cidade não é a única na mira das instituições --três comunidades de Recife (PE) também abrigam o projeto. No total, a estimativa é que 5.127 crianças e adolescentes sejam beneficiados.
Divulgação |
Trapenard, da Telefônica/Vivo, fundação que investirá R$ 5 milhões na erradicação do trabalho infantil. |
Boa parte deles está no trabalho doméstico e na agricultura, mas há ainda os que atuam em vendas e na produção de carvão. "É uma causa opaca na sociedade, que está escondida dentro de casa", diz Françoise Trapenard (foto), presidente da fundação.
Apesar de ser uma amostra pequena, os números mostram que o trabalho infantil está subdimensionado, segundo a diretora de programas sociais da Fundação Telefônica/Vivo, Gabriella Bighetti.
Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontavam 908 mil crianças de 5 a 13 anos empregadas no país. A legislação brasileira permite a contratação a partir dos 14 anos.
OUTRAS FRENTES
A fundação tem trabalhado ainda em outra base para a erradicação do trabalho infantil. Elabora um projeto-piloto para fortalecer políticas públicas e criar uma metodologia de integração entre diversas instâncias para reduzir o número de crianças e adolescentes que trabalham. A proposta é que essa ação possa ser replicada para outras localidades.
A seleção de cidades está em condução e a ideia é que o trabalho seja conduzido em três municípios paulistas.
Segundo Trapenard, a fundação tem investido ainda na mobilização da sociedade. Entre as iniciativas estão seminários e criação da Rede Pró-Menino, antigo portal da fundação, voltado a crianças e adolescentes, que ganhou ares de rede social.
É preciso, completa ela, haver discussão e questionamento. "Se o trabalho que enobrece condena o futuro de alguém, ele enobrece quem?"
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