Global Futurizer aproxima grandes empresas e jovens empreendedores

Imagine que o problema da sua empresa pode ser resolvido em um dia por um grupo de jovens inovadores. Ou, caso ainda seja estudante ou esteja no começo da carreira, pense que a sua vontade de fazer a diferença pode ser colocada em prática em um "case" real de uma grande corporação.

Empreendedores da Espanha juntaram essas duas possibilidades e criaram o Global Futurizer. O evento, que acontece pela primeira vez no Brasil neste sábado (19), aproxima empresas renomadas de jovens empreendedores, para experimentarem uma nova metodologia de como criar soluções.

"Conectamos pessoas que não se conheceriam de outra forma e que poderão trabalhar juntas no futuro", explica Ana Aguirre, 21, co-fundador da Tazebaez, empresa idealizadora da iniciativa.

Durante o evento, os participantes têm o desafio de criar, no período de oito horas, uma solução para o serviço ou produto apresentado pelas empresas. "Acreditamos que, se o tempo disponível for maior, o processo não será tão intenso", conta Aguirre.

Para as empresas, os benefícios são vários. "Além de ganhar a resolução final, ficam com o modelo de negócio, o protótipo, o pit de trabalho, as ferramentas para implantar o processo de inovação com seus colaboradores e ainda os contatos das pessoas que trabalharam naquela ideia e assim podem contatá-las, como acontece muitas vezes", explica Aguirre.

Para que isso seja possível, são criados grupos de trabalho, com cerca de dez integrantes cada. "Dessa forma as empresas interagem com profissionais com pontos de vista e perfis diferentes dos que estão acostumados", explica Juan Felipe Fonseca Saavedra, 20, também co-fundador da Taezbae.

Desde janeiro o evento foi realizado em quatro diferentes países. Já passaram pelos Estados Unidos, China, Índia e Espanha. "Nesses lugares, participaram empresas como a Johnson & Johnson, Rovio (Angry Birds), Orbea e Innovalley", conta Saavedra.

A cada edição, os participantes também recebem consultoria de empresas diferentes da área de inovação. "Já trabalharam conosco Ideo, Frog Design e China Bridge, entre outras."

Para cada lugar, a abordagem é personalizada. "Mas o que eu vejo em comum é que todos têm vontade de criar. Só precisam de espaço e contatos", conta Aguirre.

"Jovens sempre têm ideia. Não é fácil fazer com que as empresas escutem, mas, se acontece, depois ficam surpresas com os resultados. Por isso o nosso objetivo é que essa interação se torne algo natural nas corporações."

No Brasil, já foram fechadas parceria com a Unilever e o Senac. "Queremos incluir mais empresas interessadas em experimentar esse processo", diz Aguirre.

A ideia do Global Futurizer é baseada nos conceitos da Team Academy, que aplica o "aprender fazendo" um modelo de aprendizagem, nascido na Finlândia, onde a prática é considerada melhor que a teoria.

"A Taezbae -que significa 'por que não?' em basco- nasceu a partir dessa metodologia. A criação e gestão da empresa, com foco na identificação e solução de problemas empresariais, é o nosso conteúdo de aula ", explica Aguirre.

"É uma forma de aproveitar a energia de pessoas que, assim como eu, aprendem mais rápido com a mão na massa", afirma Saavedra.