Série de TV mostra animais vítimas de maus tratos
A onça-parda que ficou presa em uma árvore no meio da cidade, o sagui que foi encontrado em um escritório, o gavião que teve uma asa gravemente ferida por uma pipa com cerol.
Histórias como essas não são difíceis de encontrar na ONG Mata Ciliar, em Jundiaí, local onde vivem quase 300 espécies vítimas de tráfico, acidentes e outras ações causadas pelo homem e onde chegam, por semana, de três a quatro animais.
Lá é também o cenário da nova série de TV do canal Animal Plant, da Discovery, Resgate Animal, que estreou ontem, às 23h (com reapresentação amanhã, às 18h30), e irá apresentar mais cinco episódios, que contam histórias dramáticas de animais ameaçados e mostra como biólogos, cientistas, policiais ambientais e bombeiros atuam para salvá-los no dia a dia.
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Em Jundiaí, interior de São Paulo, quase 300 animais silvestres vítimas de maus tratos vivem na Mata Ciliar - TUCANO |
Produzida pela Gullane, pela Grifa Filmes e patrocinada pela Tetra Pak, a série apresenta cenas reais de animais sendo resgatados, tratados e, em alguns casos, devolvidos à natureza.
"Foi uma grande aventura fazer a série. Eu não sabia que tão perto de São Paulo existem tantos animais selvagens, o trabalho da Mata Ciliar é incrível", diz o diretor da série Eduardo Rajabally.
EXTINÇÃO SILENCIOSA
Resgate Animal foi produzida durante um ano com abordagem de câmeras em tempo real. A intenção da Tetra Pak era fazer um reality show animal. "A ideia inicial era mostrar a realidade de atores anônimos que fazem esse trabalho", explica o diretor de meio ambiente da empresa, Fernando von Zuben.
"O que ocorre aqui é uma extinção silenciosa. A devastação é generalizada. Temos que nos unir. Estamos perdendo a guerra. A biodiversidade brasileira está perdendo", considera von Zuben.
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Série de TV mostra o a dia a dia de biólogos, cientistas, policiais ambientais e bombeiros no resgate de animais silvestres - LEÃO |
A Associação Mata Ciliar -onde todas as ações mostradas com os animais silvestres são desenvolvidas_, inicialmente trabalhava apenas com as matas ciliares. "Mas percebemos que só plantar ou cuidar das árvores não adiantava, faltava também aqueles que mantinham as matas ciliares", explica a diretora-técnica, Cristina Adami. Hoje desenvolve um trabalho de assistência à fauna, que tem como objetivo resgatar os animais feridos, cuidar, e, se possível, devolvê-los ao habitat natural.
A associação também começou a trabalhar com a conservação dos animais, ou seja, criou um banco genético das espécies e subespécies de mamíferos que ocorrem no Brasil. "Para isso temos um programa de biotecnologia, no qual é aplicada a tecnologia avançada, costumeiramente usada em animais domésticos, em animais silvestres, que á fertilização em vidro e a inseminação artificial", explica. Já são mais de 100 milhões de embriões congelados.
A repórter viajou a convite da Tetra Pak