58% dos paulistanos estão satisfeitos com a vida, aponta pesquisa
Os paulistanos estão otimistas. Pesquisa divulgada hoje na capital mostra que 58% da população se diz relativamente ou totalmente satisfeita com a vida, enquanto 12,1% se consideram insatisfeitos. Considerando-se apenas os entrevistados das classes B e C, são 89% os que se dizem satisfeitos.
A pesquisa Índice de Bem-Estar Brasil é inédita no país e foi divulgada hoje (14), pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV) e pela MyFunCity, plataforma on-line criada para debater interesses públicos no país. O levantamento avaliou dez quesitos referentes à satisfação que receberam notas de 0 a 5: família, redes de relacionamento, consumo, saúde, carreira, educação, meio ambiente, segurança, transporte e mobilidade e poder público.
"O cidadão vive nessa cidade bem só que ele é crítico com o que pode afetar sua vida", afirma o criador da MyFunCity, Mauro Motoryn.
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Na segunda-feira (13), os organizadores entregaram a pesquisa completa ao prefeito Fernando Haddad. "A ideia foi que ele [Haddad] tomasse conhecimento da causa", diz a diretora da Eaesp-FGV, Maria Tereza Fleury. "O prefeito nos recebeu muito bem, mas nossa missão é levar esses dados a outros Poderes", diz Motoryn. Segundo eles, a intenção é que os indicadores colaborem para o desenvolvimento de políticas públicas.
A principal satisfação do paulistano vem da família, da boa relação com os filhos e os pais. Em segundo lugar vem o contentamento com suas redes de relacionamento com amigos e vizinhos.
"Existe um alto grau de satisfação, as pessoas ainda são otimistas e isso talvez as façam mais felizes. Sentem-se assim mesmo com o poder público não entregando o que deve", afirma Wesley Mendes da Silva, professor e um dos responsáveis pela pesquisa.
Em terceiro lugar no ranking está a saúde (que inclui vida sexual, saúde pessoal, forma física, hábitos alimentares, rede de saúde pública e atividades físicas) e, em quarto, o consumo.
Em relação à carreira profissional, os paulistanos estão satisfeitos com o emprego e o ambiente de trabalho, porém, encontram problemas na condução das finanças.
Negativos
Apesar de a população estar satisfeita com sua vida particular, isso não se reflete no que a cidade lhe oferece. A maior frustração vem do poder público, que recebeu nota 1,8. Os piores avaliados são os vereadores e deputados federais, com menos de dois pontos. Com uma ligeira vantagem, os governos federal e municipal receberam aproximadamente dois pontos cada.
"Há uma crise de representatividade. Ele [cidadão] desconhece seu vereador e isso se reflete em todo o Poder Legislativo, não quer dizer que os outros estejam melhores", avalia Motoryn.
Criticados pela população, o transporte e a mobilidade urbana aparecem em penúltimo lugar. O tempo gasto no trânsito e a qualidade do transporte público contribuíram para a má avaliação.
"Podemos explicar esse dado pelo tempo que ele [paulistano] gasta no trânsito", diz Mendes da Silva. A pesquisa mostra que 31% gastam mais de duas horas por dia em deslocamentos.
Outros pontos que irritam o cidadão: falta de lazer, meio ambiente (qualidade do ar, nível de barulho e limpeza da cidade); segurança (violência e controle das fronteiras do Brasil) e educação (qualidade de escolas e universidade públicas).
Foram ouvidas 786 pessoas durante o mês de novembro de 2013, e a margem de erro máxima é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.