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31/03/2011 - 15h39

Movida a boas notícias

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PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
EDITORA DE SUPLEMENTOS

Mariana Arantes, 36, 17 no jornalismo, conta que, quando trabalhava como repórter de TV, em 2005, chegou a pedir demissão porque não queria mais fazer reportagens de crimes, que, lá em Pernambuco, onde mora, "dão uma audiência enorme".

Sonhava em "só fazer matérias que pudessem ensinar alguma coisa para as outras pessoas".

Informalmente, ela começou a replicar notícias positivas para os amigos. "Sou o tipo de pessoa que acredita que o bem é um caminho que vai e volta e que gentileza gera gentileza.''

Arquivo pessoal
Mariana Arantes, jornalista com especialização em Economia e Marketing pelo Instituto Don Quijote (Barcelona, Espanha)
Mariana Arantes, jornalista com MBA em Administração

Neste ano, mais precisamente no dia 14 de fevereiro, ela juntou as duas coisas e começou a fazer o blog Dando Exemplo.

Leia a seguir um bate-papo com a jornalista.

Folha - Por que "Dando Exemplo"?

Mariana Arantes - O nome veio do óbvio. Existem programas aplicados por empresas que são excelentes exemplos de cidadania e até referências em educação, saúde, preservação ambiental. E, toda vez que vamos contar uma história, usamos essa expressão: "Fulano está dando exemplo", não é verdade?

Folha - Você acha que a grande imprensa deveria dar mais boas notícias?

Mariana - Com certeza. Sempre achei que era bem mais fácil emplacar uma pauta que falasse mal do que uma que falasse bem de uma empresa. A orientação de "não fazer propaganda gratuita" sempre foi oculta, mas é uma cultura das Redações. Tanto é que, hoje, quando ligo para um assessor de imprensa para confirmar informações, percebo que alguns ficam até surpresos. Já chegaram a me perguntar: "Mas por que você está divulgando isso de graça?" Mesmo fora das redações, nunca deixei de me perguntar: Por que as pessoas que ajudam voluntariamente ou as empresas que têm ótimos programas de apoio a comunidade têm tão pouco espaço?

Folha - Como você pesquisa os bons exemplos?

Mariana - Uso fontes jornalísticas, mas, principalmente, mantenho os olhos e os ouvidos atentos para o que vejo nas ruas. Escuto histórias da minha empregada, da manicure, do flanelinha. Como eles fazem para comprar remédios? Quem está ajudando essas pessoas? Muitos têm filhos que fazem aulas de reforço em instituições privadas ou recebem cestas básicas de associações de lojistas. Mas isso só eles ficam sabendo porque repassam as informações uns para os outros. São notícias que correm de boca em boca e mudam a vida de muita gente, só que a imprensa não divulga ou, se divulga, não fala o nome de quem está dando o exemplo.

Folha - Qual foi seu post com maior repercussão?

Mariana - Até agora, foi a história de um adestrador de cães. Ele é socorrista voluntário e, sem cobrar nada, treinou o primeiro e único animal de Pernambuco para situações de busca, resgate e salvamento.

Folha - Algum outro exemplo chamou sua atenção?

Mariana - Além desse do cachorro, outro que me chama atenção é o da doação de livros infantis do Itaú. Desde o ano passado, eles tem 8 milhões de livros infantis para distribuir gratuitamente. É só se cadastrar e esperar chegar em casa, sem pagar nenhum centavo. E a campanha continua até hoje porque eles ainda têm livros para distribuir.

Folha - Há muitas ONGs em Pernambuco?

Mariana - Não sei dizer. É muito comum no Nordeste a existência das fundações de assistência social, mas muitas tem um pé no assistencialismo, são ligadas a políticos.

Folha - Qual é o maior problema social no seu Estado?

Mariana - Do meu ponto de vista, é a miséria educacional. Eu adoro morar em Pernambuco e sou apaixonada pelo Rio Grande do Norte, que foi o Estado que me acolheu quando saí de São Paulo, mas não dá para não ver a disparidade sociocultural. A miséria não é só econômica, é sobretudo intelectual. O nível das escolas é muito baixo. Falar corretamente é luxo. Mesmo quem alcança bons empregos tem dificuldades em colocar ideias no papel, de se expressar com clareza ou de entender a importância de não vender o voto.


 
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