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"Não se deve investir em jovens empreendedores", polemiza investidor
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CÁSSIO AOQUI *
ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO
"Todos aqui devem continuar os estudos e trabalhar para grandes e chatíssimas empresas antes de se tornar um empreendedor social. Só então investiremos em vocês."
Foi com esse balde de água fria que o francês radicado nos Estados Unidos Victor d'Allant, CEO (principal executivo) da Dallant Networks, abriu sua fala no painel "Investir na Juventude - A Importância de Reconhecer a Juventude como Empreendedores Sérios com Iniciativas Viáveis", no segundo e último dia da Conferência Internacional sobre Empreendedorismo Social Building Potential.
Sem meias palavras, d'Allant, que representa fundações internacionais de peso, como a Ford, a Skoll e a Lex Mundi Pro Bono, disparou para uma plateia repleta de jovens em busca de aporte de recursos para seus projetos: "Não se deve investir na juventude."
O executivo lembrou os casos de ícones da área social, como Muhammad Yunnus e Bill Drayton, que fundaram o Grameen Bank e a Ashoka, respectivamente, aos 37 anos de idade.
O jovem que quer ter sucesso em empreendedorismo social, causar impacto realmente significativo e mudança sistêmica de alto nível, ressalta d'Allant, deve seguir três passos: investir no currículo acadêmico, ganhar experiência profissional em grandes empresas e só então, quando perceber que pode fazer melhor do que já vem sendo feito, empreender.
"Caso contrário, lhe faltará credibilidade", conclui.
ALTO IMPACTO, SIM
Às palavras do executivo francês, seguiu o contra-argumento da diretora para Iniciativas da Juventude no México e na América Central da Ashoka, organizadora do evento, Sagrario Hernándes.
"Sou super sonhadora e acredito que os jovens podem, sim, ter alto impacto e criar soluções viáveis. Pela nossa experiência, podemos assegurar uma mudança progressiva [causada por eles]."
Juan Carlos Moreno, gerente de investimentos da LGT Venture Philantropy, ligado ao Banco de Liechtenstein, salienta que a falta de experiência e base prática de empreendedorismo, pontos negativos dos jovens líderes sociais, não inviabiliza o investimento neles.
"Vejo que eles têm um nível de energia enorme, o que é muito importante para nós investidores, pois demandamos muito tempo deles", justifica.
Segundo Moreno, de 1.500 projetos avaliados pelo fundo em 2011, 10 receberam aporte de capital, dos quais 2 são liderados por jovens.
"Se diferenciam os que investem em educação e saem de universidades de ponta, como Harvard e Columbia", pondera.
*O jornalista viajou a convite da organização do evento.
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