"O papel do artista de rua é aproximar a arte das pessoas e estimular o pensamento"

Na semana em que se comemora o Dia do Grafite (27/3), o Empreendedor Social, em parceria com o "Imagina na Copa", traz a história de Gustavo Santos Silva, 23, publicitário apaixonado por desenho que resolveu usar o seu talento como grafiteiro para gerar benefício social em Curitiba.

O jovem criou o Lixarte, projeto de intervenção urbana produzido para amenizar o problema da falta de lixeiras na cidade.

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Por meio da arte, a iniciativa busca chamar a atenção para o problema do lixo em espaços públicos, além de discutir questões sociais como a invisibilidade de garis e catadores de latinhas, arte urbana e política, entre outros temas.

A ideia surgiu em um dia em que o jovem percebeu que várias pessoas que estavam ao seu redor jogavam latinhas na rua porque não havia lixeiras por perto.

Então usou sua arte para fazer lixeiras esteticamente atrativas e colocá-las em locais em que existe muita gente consumindo mas poucas lixeiras para jogar o lixo fora.

"O papel do artista de rua é esse: aproximar a arte das pessoas e assim estimular o pensamento", diz Silva.

Divulgação

Gustavo Santos Silva, 23, criador do Lixarte

Com a ajuda de um amigo, ele conseguiu três latões de óleo em um ferro velho, um martelinho de ouro para abrir a parte superior dos latões e um lava-rápido, que os deixou com cara de novos.

Hoje são três latões prontos. O primeiro deles está próximo ao Museu Oscar Niemeyer e retrata um palhaço comedor de políticos. O segundo, com arte de um gari, foi colocado em uma região cheia de bares. Um dos bares recolhe a lixeira toda noite e coloca na rua novamente pela manhã. O terceiro, com arte de um catador de latinhas vestido com uma máscara de caveira mexicana, foi pintado e deixado na Praça das Ruínas.

"Eu gosto de desenhar, pintar e grafitar. E poder fazer isso e, ao mesmo tempo, ajudar, é bem gratificante", diz.

GRAFITE NO BRASIL

O grafite tem ganhado cada vez mais espaço nas cidades brasileiras. E, para ajudar a fomentá-lo, o Google Art Project lançou a plataforma Color+City, que serve como uma ferramenta que ajuda a unir pessoas que gostariam de pintar com espaços disponíveis para serem pintados (o que é chamado de doação de muro para o grafite).

A cidade de São Paulo é citada com referência de estilo no cenário internacional e já recebeu duas edições da Bienal Internacional Graffiti Fine Art. Na última, realizada em janeiro deste ano, 20 dos 50 expositores eram paulistanos.

Para estimular os jovens interessados em aprender mais sobre essa arte, o Projeto Quixote, fundado por Auro Lescher, da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, oferece oficinas gratuitas de grafite realizadas pela Agência Quixote Spray Arte, que funciona como negócio social.

Até a abertura da Copa do Mundo, o Imagina na Copa vai contar 75 histórias de jovens que estão transformando o Brasil para melhor.

Os vídeos serão publicados no site www.imaginanacopa.com.br e aqui, no Empreendedor Social.

Veja vídeo

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