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11/03/2012 - 14h21

Pequenos do Paulista penam em campo e no cofre

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RAFAEL VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Paulista de 2012 tem sido um martírio para os clubes pequenos do Estado.

Antes deste fim de semana, os times de menor expressão somavam 12 rodadas e mais as quartas de final de 2011 sem vitória sobre os grandes: Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo.

O Mogi Mirim quebrou a sequência ao bater os reservas santistas, no sábado, mas o resultado não ameniza a má fase enfrentada pelos pequenos.

Desde 1986, quando o interior fez o primeiro campeão com a Inter de Limeira, a pior marca foi de sete rodadas sem vitórias, em 1987 e 2009.

Eduardo Anizelli - 04.mar.12/Folhapress
Valdivia conduz a bola contra o São Caetano, no Pacaembu
Valdivia conduz a bola contra o São Caetano, no Pacaembu

Os cartolas ouvidos pela reportagem apontam o desequilíbrio financeiro e a falta de estrutura como principais fatores para a disparidade.

"Os clubes pequenos ainda insistem em trabalhar com aquela teoria de abnegados. Não profissionalizam a administração. Os grandes estão cada vez mais se profissionalizando", explica Eduardo Esteves, diretor do Botafogo.

Opinião parecida tem Márcio Della Volpe, presidente em exercício da Ponte. "O Paulista está ficando igual ao Carioca. Logo será como o Espanhol. Os times da Série A do Nacional fortalecem seus caixas e criam um abismo."

O Mogi Mirim, uma das surpresas do torneio, atribui o sucesso atual ao investimento no time de base.

"Fomos vice no Paulista sub-20 com a melhor campanha. Temos quatro atletas no profissional. Um jeito de concorrer com os grandes é fazer um bom trabalho na base", analisa Luiz Simplício, gerente de futebol do clube.

Julia Chequer-1.mar.2012/Folhapress
Lucas, no lance do seu gol contra o Guaratinguetá, no Morumbi
Lucas, no lance do seu gol contra o Guaratinguetá, no Morumbi

O jejum contra os grandes do Estado, contudo, não é o único ponto crítico em 2012.

Nas 12 primeiras rodadas, dos 94 jogos como mandantes, eles tiveram prejuízo em 31. E o público pagante também deixa a desejar. Os 16 pequenos tiveram, no total, 300.871 pessoas.

Lanterna até o início da rodada, o XV de Piracicaba tem a maior média de público entre os pequenos. São 6.374 pessoas por jogo. É um dos poucos que não paga para jogar (não tem renda negativa), ao lado de Botafogo, Bragantino e Linense.

Outros 12 considerados pequenos tiveram pelo menos uma renda negativa. O São Caetano teve prejuízo em seis dos sete jogos que fez.

A Portuguesa é o clube que menos arrecada neste Estadual.

"Nosso público já não é muito grande e o técnico ainda não acertou o time. Então a torcida não vem. Mesmo os grandes dependem de desempenho para atrair a torcida", explica Manuel da Lupa, presidente da Lusa.

Equipes tradicionais no interior, como Ponte, Guarani e Comercial, também arrecadam pouco, embora tenham boa média de público.

Para o diretor de futebol do XV de Piracicaba, Valmir de Freitas, a situação atual será cada vez mais comum se não houver mudanças.

"A força dos grandes sempre prevaleceu. Esse ano ficou mais evidente. Até por investimento em atletas, CTs. Isso será mais latente a cada ano. Hoje a solução mais próxima é um trabalho de administração das receitas dos clubes menores e um olhar mais cuidadoso com as categorias de base", aponta.

Com DARIO DE NEGREIROS, de Ribeirão Preto.

Silva Junior - 28.jan.12/Folhapress
Clássico entre Comercial e Botafogo, em Ribeirão Preto
Clássico entre Comercial e Botafogo, em Ribeirão Preto

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