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Fifa é cobrada por políticos europeus sobre subornos a Havelange e Teixeira
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DA REUTERS
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, recebeu uma cobrança de explicação por parte de políticos europeus sobre as recentes revelações do escândalo de corrupção que envolve os ex-dirigentes da entidade João Havelange e Ricardo Teixeira.
- Em nota, Fifa diz que recebe com satisfação a sentença; leia a íntegra
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Teixeira, ex-presidente da CBF, e Havelange, presidente de honra da Fifa, receberam R$ 45,5 milhões em subornos da agência de marketing esportivo ISL. Antes suspeitos, eles tiveram os nomes confirmados na última quarta-feira pelo tribunal da suíça.
Michael Buholzer - 4.jul.12/Reuters |
Blatter posa com uma bola na sede da Fifa, na Suíça |
Um promotor suíço afirmou em documento judicial divulgado nesta semana que a dupla recebeu propinas na venda de direitos televisivos dos Mundiais nos anos 90.
Blatter, que está na Fifa desde 1975 e sucedeu Havelange como presidente em 1998, disse na quinta-feira que sabia dos pagamentos, que ele chamou de "comissões", e que isso não era ilegal na época em que aconteceu.
Políticos do braço parlamentar do Conselho da Europa, que reúne 47 países, condenaram a Fifa por acobertar o caso.
"Se os gestores da Fifa, inclusive seu atual presidente, estavam cientes desses subornos, deveriam ter feito de tudo ao seu alcance para processar, ao invés de proteger, os funcionários envolvidos", disse o político francês François Rochebloine.
Ele pediu que Blatter esclareça seu envolvimento com o escândalo.
"Quando exatamente ele se tornou ciente desses pagamentos? Por que a Fifa escondeu irregularidades e deixou de agir contra os responsáveis? Acima de tudo, que medidas ela irá tomar agora para evitar que isso se repita?", questionou Rochebloine.
Em uma sessão de perguntas e respostas no site da Fifa, na quinta, Blatter foi questionado sobre se sabia dos pagamentos.
"Naquela época, pagamentos desse tipo podiam até mesmo ser deduzidos do imposto de renda como despesas profissionais. Hoje, seriam puníveis pela lei. Não se pode julgar o passado com base nos padrões atuais", respondeu Blatter.
Havelange, que recentemente completou 96 anos, comandou a Fifa entre 1974 e 1998. Segundo o promotor suíço, em março de 1997, ele recebeu 1,5 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3 milhões) da ISL, que havia sido encarregada pela Fifa de negociar os direitos de transmissão televisiva de eventos das Copas do Mundo.
Teixeira, 65, que deixou neste ano o comando da CBF e do COL (Comitê Organizador da Copa-2014), recebeu 12,7 milhões de francos suíços (R$ 26 milhões) entre 1992 e 1997, segundo o promotor.
A ISL faliu em 2001, deixando dívidas de 300 milhões de dólares (R$ 614 milhões).
Havelange ainda é presidente honorário da Fifa, mas Blatter disse não ter "o poder de chamá-lo a se explicar". "O Congresso (da Fifa) o nomeou presidente honorário. Só o Congresso pode definir o seu futuro."
Reprodução | ||
Primeira página do processo (em alemão) que aponta os nomes de Havelange e Teixeira |
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