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13/09/2012 - 14h00

'Herói' das duas últimas 24 Horas de Le Mans estreia em Interlagos

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DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Audi deve em boa medida a conquista das últimas duas 24 Horas de Le Mans a André Lotterer.

O piloto alemão, 30, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar duas vezes consecutivas com o carro da marca alemã. Em ambas, ele dividiu a conquista com o francês Benoît Tréluyer e o suíço Michael Fässler.

"Ninguém sabe quem será o último piloto a entrar no carro. Nós temos uma ordem de revezamento e, no fim, a corrida termina", diz o piloto, que ressalta que as conquistas foram um esforço de equipe.

O mesmo trio correrá no sábado com o modelo R18 e-tron Quattro em Interlagos, para as 6 Horas de São Paulo, evento do campeonato mundial de Endurance.

Stefan Warter/Divulgação
O piloto da Audi André Lotterer, em evento em Goodwood, ao lado do modelo que usará em Interlagos
O piloto da Audi André Lotterer, em evento em Goodwood, ao lado do modelo que usará em Interlagos

Na edição de Le Mans de 2011, os pilotos eram apenas o terceiro carro da Audi. Os dois primeiros, porém, abandonaram nas primeiras horas de competição. Coube a Lotterer administrar a liderança enquanto as Peugeot se aproximavam perigosamente, minutos antes do fim da corrida.

Em 2012, a prova foi mais tranquila, mas não desprovida de contratempos, como uma rodada de Fässler em plena noite, enquanto liderava.

Além da prova francesa, eles também faturaram as 6 Horas de Silverstone, realizada em agosto passado.

Na entrevista abaixo, concedida na semana passada, Lotterer relembra sua experiência nas 24 Horas e avalia as chances da Audi em Interlagos, enquanto vê a evolução de sua principal concorrente na categoria, a Toyota.

*

Folha - A Toyota, principal concorrente da Audi, teve problemas em Le Mans, mas, no mês passado, em Silverstone, chegou em segundo lugar. Você acha que a Audi pode perder a hegemonia que teve até aqui no campeonato?

André Lotterer - Vimos em Silverstone que a Toyota fez um grande avanço, e isso é ótimo para a competição. Eles foram mais rápidos que nós, eram líderes, mas precisaram fazer um pit stop a mais para chegar até o fim e, por isso, vencemos.

Acho que Audi ainda tem algumas vantagens. Nossos carros parecem mais eficientes em consumo de combustível. Eles são muito rápidos, mas parecem demorar bem mais para reabastecer.

Mas são conceitos diferentes de carro. A Toyota usa motor aspirado, e nós, turbo. Nós usamos diesel, que consome menos, e eles, gasolina -- mas, por regulamento, nosso tanque não deve ter mais de 60 litros, enquanto o deles, por usarem gasolina, pode levar 75 litros.

As duas marcas usam motores elétricos auxiliares, mas o nosso joga a tração para a dianteira, por isso [também por regulamento] só pode ser ligado a mais de 120 km/h, enquanto o deles não tem limite, pois traciona as rodas traseiras.

Eles têm a vantagem de conhecer Interlagos dos tempos da Fórmula 1, embora a gente não saiba até que ponto isso os ajudará. Mas fico muito feliz que Lucas di Grassi esteja com a gente nesta etapa [no outro carro da equipe]; ele deve nos ajudar bastante na adaptação à pista.

Você ganhou as 24 Horas de Le Mans duas vezes. No ano passado, você teve que lutar bastante contra as Peugeot nas últimas voltas. Este ano, parece ter sido mais fácil, terminando uma volta à frente de seus companheiros...

Le Mans nunca é fácil. Qualquer um fica feliz só de chegar ao final dela. Para vencer, é preciso um incrível esforço de equipe, incluindo pilotos, mecânicos e engenheiros.

Este ano, tivemos uma disputa intensa com nossos colegas da Audi [Tom Kristensen, Dindo Capello e Alan McNish], que corriam com um modelo idêntico ao nosso, e a prova não foi nem um pouco fácil. A Audi não tem ordens de equipe. Eu e meus companheiros andamos o mais rápido possível, correndo muitos riscos para vencer.

Tanto em 2011 como em 2012, foi você que recebeu a bandeira quadriculada. Como um piloto se sente no último trecho das 24 Horas?

É uma honra receber a bandeira quadriculada, é emocionante, você está muito cansado... Ninguém sabe quem será o último piloto a entrar no carro. Nós temos uma ordem de revezamento e, no fim, a corrida termina.

O que você faz em uma prova de 24 horas enquanto seus companheiros estão pilotando? Você consegue dormir?

A gente até tenta dormir durante a prova em Le Mans, mas é muito difícil. Este ano, eu quase não dormi; acho que uma meia hora, no máximo. Sempre que um companheiro entra no quarto, você acaba perguntando sobre as posições de pista, sobre como estava o carro, etc.

Você teve uma estreia conturbada em Le Mans, em 2009, já que um de seus companheiros não pôde pilotar...

É verdade. O Narain Karthikeyan [que hoje corre pela Hispania, na Fórmula 1] estava escalado para largar no nosso carro. Geralmente, a gente costuma aproveitar para ir ao banheiro antes da largada. O Narain ia fazer isso, mas, quando foi pular o muro dos boxes, ele caiu e contundiu o ombro. Eu e nosso outro companheiro, o Charles Zwolsman Jr., tivemos que fazer as 24 horas sozinhos.

Corri mais da metade da prova, acho que umas 12 horas e meia. Foi muito bom, porque eu pude ganhar bastante experiência, e conseguimos chegar até o fim.

A nossa equipe era privada e estava usando um modelo da Audi pela primeira vez, por isso, havia engenheiros da fábrica com a gente, nos assessorando. E foram eles que viram meu desempenho e me recomendaram para o time oficial.

Como foi a preparação para a corrida em Interlagos? Há uma preocupação especial por ser uma pista que corre em sentido anti-horário?

Eu não acho que o sentido anti-horário seja um problema. Eu fiz a "lição de casa": pratiquei o traçado no simulador e assisti a vídeos onboard na internet.

 

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