28/09/2012 - 15h27

Treinadora nega que tenha maltratado nadadoras espanholas

DA EFE

A ex-treinadora da seleção espanhola de nado sincronizado, Anna Tarrés, afirmou que "jamais" maltratou as nadadoras da equipe nacional que reclamaram de suas atitudes e acusou o presidente da Federação Espanhola de Natação, Fernando Carpena, de estar por trás da carta na qual 15 atletas denunciaram supostas práticas abusivas em treinamentos.

Juan Carlos Hidalgo - 8.ago.12/Efe

As nadadoras Ona Carbonel (à esq.) e Andrea Fuentes beijam a treinadora Anna Tarrés após a conquista da prata em Londres-2012

As nadadoras Ona Carbonel (esq.) e Andrea Fuentes beijam a treinadora Anna Tarrés após a prata em Londres-2012

Em suas primeiras declarações após a polêmica, no programa Al Primer Toque, da emissora espanhola "Onda Cero", Tarrés negou ter protagonizado as cenas denunciadas pelas nadadoras, que a acusaram de agressões morais, de chamá-las de "gordas" e de mandá-las tragar o próprio vômito para seguir treinando.

"Nego que tenha maltratado minhas meninas", afirmou. "Nunca chamei ninguém de gorda" e "nunca disse a ninguém para tragar seu vômito", assegurou.

Em uma carta aberta, publicada em vários jornais espanhóis, 15 ex-nadadoras que estiveram em algum momento sob orientação de Anna Tarrés revelaram os métodos pessoais da treinadora conduzir a equipe da Espanha durante 15 anos. Neus Seguí, Jordina Pallarols e Julia Casals Martínez, da seleção de nado sincronizado até 2003, descrevem Tarrés como uma déspota.

"Hoje decidimos nos unir para contar nossa história e dar voz a todas as coisas que até o momento ficaram escondidas debaixo das medalhas", dizem as atletas na carta intitulada "Quando se pode evitar um mal, é tolice aceitá-lo"

A ex-treinadora também negou ter escondido casos de doping. "É mentira, irei à Justiça contra quem me acusar."

Por fim, Tarrés explicou que decidou tomar ações legais contra o presidente da Federação porque acredita que há uma campanha de injúrias e calúnias contra ela.

"Tentei conversar com Carpena, mas não me atendia por telefone e pedia tudo por escrito", disse a treinadora que deixou a seleção após conquista as medalhas de prata (dueto) e bronze (conjunto) na Olimpíada de Londres.

A Federação Espanhola de Natação chamou a ex-treinadora para no próximo dia 5, em Madri, apresentar explicações sobre o assunto.

Desde 1997, quando Tarrés assumiu o comando da seleção de nado sincronizado, a Espanha conquistou quatro medalhas olímpicas, 25 mundiais e 25 europeias.