O que parecia improvável aconteceu. Roger Federer, 35, e Rafael Nadal, 30, dois dos maiores tenistas da história, se enfrentarão em final de Grand Slam após seis anos.
Ambos tiveram problemas físicos na última temporada e chegaram ao Aberto da Austrália como coadjuvantes. Pouco a pouco, os velhos rivais deixaram para trás tenistas da nova geração e farão, na manhã deste domingo (29), uma final nostálgica.
"Nunca pensamos que teríamos a chance de estar em uma decisão de novo. Nós dois trabalhamos muito para estarmos aqui", disse Nadal após garantir vaga na final.
O espanhol, nono do mundo, venceu nesta sexta (27) o búlgaro Grigor Dimitrov, 15º colocado do ranking, por 3 sets a 2, com parciais de 6/3, 5/7, 7/6 (5), 6/7 (4) e 6/4, para garantir a vaga na decisão.
Já Federer, número 17 do mundo, chegou à final após bater o compatriota Stan Wawrinka (3º) em cinco sets.
"Eu dei tudo aqui na Austrália e se eu não puder andar pelos próximos cinco meses, tudo bem. Rafa é um grande desafio. Sou provavelmente seu fã número um. Tivemos algumas batalhas épicas ao longo dos anos. Seria surreal jogar aqui", disse o suíço após sua semifinal, na manhã de quinta (26), já imaginando o reencontro com o espanhol, ao lado de quem dominou o tênis mundial no início dos anos 2000.
A primeira vez que os dois estiveram frente a frente em quadra foi na terceira rodada do Torneio de Miami de 2004.
Federer, então com 22 anos, havia chegado pouco antes à liderança do ranking mundial. Já Nadal, com 17, era uma jovem promessa, que despontava na 34ª posição do ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais).
Apesar do favoritismo, o líder do ranking acabou sendo derrotado pela jovem promessa por 2 sets a 0 (duplo 6/3). Um prenúncio das dificuldades que o suíço ainda enfrentaria contra o espanhol -no confronto direto, Nadal tem 23 vitórias sobre Federer, contra apenas 11 do suíço.
A primeira final de Grand Slam entre os dois aconteceu em 2006, em Roland Garros.
Nadal havia sido campeão do torneio no ano anterior (derrotando Federer na semifinal). O suíço já acumulava troféus em todos os outros Grand Slams do circuito, mas ainda não havia ganho o torneio parisiense. O espanhol levou a melhor por 3 sets a 1.
No Grand Slam seguinte, em Wimbledon, novamente os dois se encontrariam na final. E Federer deu o troco vencendo Nadal por 3 sets a 1, com direito a um pneu (vencer por 6/0) no primeiro set.
Nos anos que se sucederam, Federer e Nadal se alternaram na liderança do ranking mundial e protagonizaram mais seis finais de Grand Slam. A última decisão aconteceu em 2011, quando Nadal venceu Federer por 3 sets a 1 para conquistar o seu sexto título em Roland Garros.
Depois disso, lesões e a ascensão de novos nomes, como o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray, fizeram a rivalidade entre os dois sair dos holofotes.
Até este domingo, quando os olhos de fãs de tênis em todo o mundo voltarão a apreciar o show que esses dois tenistas ainda podem oferecer.
FINAL FEMININA
Assim como a final masculina, a decisão feminina do Aberto da Austrália será marcada pela nostalgia.
Será a primeira vez desde 2009 que a ex-número 1 do mundo Venus Williams, 36, jogará uma final de Grand Slam. Ela brigará pelo título contra sua irmã Serena, 35, no sábado.
A última vez em que ela esteve na decisão de um torneio desse nível foi em 2009, em Wimbledon, quando também enfrentou Serena e foi derrotada por 2 sets a 0, com 7/6 (3) e 6/2.
Entre 2010 e 2014, a americana enfrentou diversos problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de síndrome de Sjögren, doença autoimune que tem como sintoma o cansaço crônico.
"Com tudo o que a Venus viveu, não posso deixar de pensar que essa é uma situação em que nós duas sairemos vencedoras", disse Serena.
NA TV
Federer x Nadal
6h30 (de domingo), ESPN
Serena x Venus
6h30 (de sábado), ESPN
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