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03/06/2010 - 10h11

Carne suspeita, vuvuzelas e olas animam torcida no Brasil x Zimbábue

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FÁBIO ZANINI
PAULO COBOS
MARTÍN FERNANDEZ

ENVIADOS A HARARE (ZIMBÁBUE)

Torcer no Zimbábue é uma experiência intensa. É grande a correria em volta do Estádio Nacional de Harare na quarta-feira.

Pelo menos cem vendedores de comida recorrem aos gritos para atrair clientes.

Pior que a poluição sonora é a poluição visual: há um mar de restos de carne, cascas de frutas, lenha queimada, latas e garrafas, tudo espalhado pelo chão.

E pior ainda é a poluição do ar. A fumaça castiga os olhos, a mistura de cheiros embrulha o estômago.

Nas grelhas a carvão, nos panelões e nas frigideiras com óleo transbordante, miúdos de frango, bifes enormes, ensopados, linguiças variadas. Como acompanhamento, gordas batatas fritas e um purê esbranquiçado.

Alguns jogam tudo dentro de um pão, outros comem com a mão, em pratos de plástico que invariavelmente terminam no chão.

O preço é combinado de acordo com o vendedor. Mas nada ultrapassa US$ 4 e nada vale menos do que US$ 1.

Para entrar no Estádio Nacional, cada vendedor teve que pagar taxa de US$ 20. Em geral, são desempregados tentando faturar algum.

Já é hora do jogo e ainda há ingressos à venda, a US$ 10 (ou 100 rands sul-africanos). Através do vidro da bilheteria, é possível ver as pilhas de dinheiro arrecadado. O policiamento no local é escasso, mas ninguém se atreve a ameaçar os bilheteiros.

Quem chega atrasado passa correndo. Dá tempo de ver e ouvir o hino do Brasil ser destruído pela banda local. Alguns jogadores brasileiros sorriem, constrangidos.

O hino é tão mal executado que as vuvuzelas são bem-vindas. O time da casa ataca, e as cornetas soam mais forte. Também são sopradas, porém, nos gols do Brasil.

O estádio está quase lotado, mas nem todo mundo presta atenção ao jogo.

Há quem dance de costas para o campo, há meninas com "Kaká" escrito nas barrigas de fora. Começa uma ola. Duas, na verdade, uma em cada lado do estádio.

Já são 35 minutos do segundo tempo. A noite começa a cair e ninguém aguenta mais. O jogo está resolvido, o trânsito vai ser intenso...

"Foi o maior dia da história do Zimbábue", exagera o vendedor Moses Band, 38, ao deixar o Estádio Nacional para enfrentar o enorme engarrafamento.

 

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