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Dunga veta até a Fifa em clausura da seleção na África
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DOS ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
A birra de Dunga com a imprensa chegou até a Fifa. A clausura em que se transformou a concentração da seleção e o terceiro fechamento de treinos em quatro dias prejudicam os patrocinadores da entidade.
Amanhã, contra a Coreia do Norte, o time estreia nesta Copa. E não é só isso. A operação de comunicação da Fifa, que produz material jornalístico de todos os times do Mundial, também está sendo afetada pelas restrições de acesso à seleção brasileira. A HBF, empresa responsável pelas filmagens da Fifa, foi proibida de trabalhar nos treinos fechados do Brasil e teve vetado pelo treinador o pedido para entrevistas exclusivas com jogadores.
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Nas práticas fechadas de outras seleções, a Fifa quase sempre é autorizada a filmar ao menos 105 minutos. O material gravado, além de abastecer o site da entidade, é enviado para emissoras do mundo inteiro, especialmente a países pobres que não contam com correspondentes na África do Sul.
O bunker da concentração do Brasil também esconde os milionários patrocinadores da Fifa. O campo de treinamento da seleção tem agora só placas das marcas parceiras da federação mundial.
Sem imagens e fotos da mais popular seleção do planeta, elas perdem visibilidade. Ontem, pelo segundo dia consecutivo, Dunga anunciou que o treino não seria aberto a jornalistas ou a qualquer tipo de imagem.
Coincidentemente, a decisão saiu um dia após ter vindo a público uma discussão de treino entre Júlio Baptista e Daniel Alves. Desde que assumiu o comando da seleção, Dunga mantém relação conflituosa com a imprensa.
Com a boa performance à frente do Brasil, ganhou poder e tem tido carta branca para tomar decisões.
Pito em Robinho
Na África, proibiu jogadores e comissão técnica de falarem com a imprensa, inclusive nas folgas --Robinho, por exemplo, teve de pedir desculpa ao grupo após dar uma entrevista na semana passada à TV Globo.
A seleção se tornou uma caixa-preta, reflexo da abertura exagerada dada aos jogadores na Copa-2006. No ano passado, durante a Copa das Confederações, a Fifa entrava com frequência na concentração da seleção para entrevistar os atletas.
"A convivência era próxima e hoje é mais distante", disse o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva.
Ele diz que tentou passar sua experiência de nove anos de seleção a Dunga, mas que a decisão é do técnico. "Tem que sentar e conversar porque há limites para serem respeitados dos dois lados."
Ontem, os jogadores disseram ter sido surpreendidos com a decisão de Dunga de fechar o treino. Maicon se mostrou constrangido. "O Dunga pode ter pensado em fazer alguma coisa diferente que a gente também não sabe", disse o lateral.
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