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21/07/2010 - 07h49

Custo dos estádios da Copa-2014 está desatualizado em site do governo

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MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A palavra transparência é usada quase como um mantra pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo mandatário da CBF, Ricardo Teixeira, quando se referem aos gastos com a Copa de 2014.
"Nós fizemos o Portal da Transparência para que todo mundo saiba onde foi gasto cada centavo [da Copa]", afirmou Lula, anteontem.

Mas o contribuinte que quiser ter uma ideia exata de quanto está sendo investido no evento esportivo não encontrará informações atualizadas no site www.portaltransparencia.gov.br/copa2014. O portal apresenta valores bastante defasados dos gastos previstos para as obras nos 12 estádios.

Todos os custos das arenas presentes no site estão sem atualização desde abril, quando o portal foi lançado.

A Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pelo Portal da Transparência, diz que só trabalha com dados oficiais, tais como os da Matriz de Responsabilidades, documento assinado em janeiro por representantes das três esferas de governo.

"Eventuais alterações de estimativas, ainda não traduzidas em editais de licitação ou contratos, não serão incorporadas ao Portal", disse a CGU, via sua assessoria.

Entretanto nem as obras cujos processos licitatórios já foram concluídos, como as dos estádios de Cuiabá, Manaus e Salvador, mereceram uma revisão de seus valores. A CGU reconhece que a atualização dos dados não ocorre como o desejado.

"A CGU tem a intenção de publicar a maior quantidade possível de informações providas pelos órgãos federais e pelos governos estaduais e municipais. No entanto, no atual estágio, ainda não foi possível implementar um processo automatizado de alimentação desses dados", diz a assessoria da entidade.

Levantamento feito pela Folha com os custos atualizados dos estádios constatou que o gasto médio com as arenas aumentou de R$ 437 milhões -conforme inicialmente previsto no Portal da Transparência- para R$ 465 milhões. O maior aumento registrado foi no Mineirão, cujo custo cresceu 63% em relação ao que está na Matriz de Responsabilidades.

Segundo a assessoria do comitê de Belo Horizonte, esse acréscimo de valor se deveu ao fato de que, na Matriz de Responsabilidades, não estavam previstos os custos das intervenções no entorno do Mineirão. O estádio mineiro, candidato a sede da abertura, é o terceiro mais caro da Copa: R$ 666 milhões.

Segundo a assessoria do Ministério do Esporte, o governo federal não se responsabiliza pelo estouro no orçamento das arenas. "No caso dos estádios, a responsabilidade da execução não é da União, e eventuais mudanças de valores são da responsabilidade exclusiva de quem executa [as obras]."

 

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