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22/08/2010 - 14h26

Técnico compara emoção da ouro de Caio à conquista de Maurren

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MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA

Foi pela internet que o técnico Nélio Moura acompanhou a conquista da medalha de ouro de seu pupilo, Caio Cézar dos Santos, 17, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura. Já era quase meia-noite no Brasil quando Caio saltou 7,69 m, marca que lhe garantiu o triunfo no salto em distância. Mas o canal de TV do site oficial da Olimpíada teen não mostrou esse momento.

Em entrevista à Folha por e-mail, Nélio fala sobre o momento de tensão por não saber o resultado final da prova e compara sua emoção com à que teve quando Maurren Maggi, sua outra pupila, conquistou o ouro olímpico em Pequim-2008.

Folha - Como você se sentiu ao saber que Caio tinha levado o ouro? É uma sensação comparável ao ouro da Maurren?
Nélio Moura - Não vou mentir. Foi tenso! Fiquei acompanhando a competição pela internet. No site oficial, há um canal de TV que transmite ao vivo, mas os resultados só entram no final da prova. Eles se concentraram na transmissão das provas de pista, e eu ouvia os brasileiros torcendo, gritando para o Caio, mas não passavam seus saltos. Quase no fim da transmissão, eles cortaram para o setor da distância, e o Caio já estava abraçando à Tânia [Moura, sua outra técnica], Depois apareceu a classificação final, repetiram saltos dele, passaram a premiação ao vivo. Foi muito emocionante! Guardadas as devidas proporções, comparável à conquista da Maurren.

Folha - Desde quando você começou a desconfiar de que ele seria um atleta bem competitivo?
Nélio - É difícil fazer prognósticos em idade tão baixa. O Caio veio para São Paulo com 15 anos. Mas eu diria que, após um ano de convivência, ele já demonstrava possuir um potencial diferente, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. Esse foi o terceiro grande evento dele. Nos outros dois, já havia avançado à final, e agora ganha a medalha.

Folha - Você já conversou com ele após a conquista? Se sim, o que você disse a ele? Como foi a conversa?
Nélio - Conversei, sim, pelo celular da Tânia. Numa hora dessas, a gente não tem muito o que dizer. Só queria festejar um pouquinho com ele, mesmo aqui de longe. E lembrá-lo que ainda há mais um compromisso importante, que é o revezamento medley, amanhã.

Folha - Em sua opinião, qual é o ponto forte do Caio e o que ele ainda precisa melhorar?
Nélio - Ele é muito bom naquilo que mais interessa em um saltador: velocidade, força explosiva natural, e determinação. Precisamos melhorar vários aspectos de sua técnica e a precisão na tábua, o que é absolutamente natural em um atleta tão jovem.

Folha - Quais são os planos para ele depois dessa conquista? Quais campeonatos ele ainda deve disputar neste ano e até o fim do ciclo olímpico?
Nélio - Para esse ano, ele ainda tem o Brasileiro e o Sul-americano de menores, além das olimpíadas escolares. Ainda vamos planejar as próximas temporadas, mas com certeza ele vai ter uma agenda cheia.

Folha - Você acredita que ele já tem condições de competir no Pan de Guadalajara-2011 e na Olimpíada de Londres-2012?
Nélio - Ele é muito novo, em Londres ainda será juvenil. O salto em distância no Brasil é uma prova forte, mas não me surpreenderei se ele já fizer a passagem para a elite mundial adulta dentro de um ou dois anos. Suas metas principais serão as competições de sua categoria, Pan-americano e Mundial juvenil, mas não descartamos a possibilidade dele ir para as adultas, também. Quanto ao Rio-2016, essa é uma meta muito concreta.

 

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