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05/01/2011 - 21h40

Após fiasco no Mundial, Inter-RS lança programa baseado em "choque de gestão"

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GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

O Internacional começa a pôr em prática um ajuste administrativo e financeiro inspirado no "choque de gestão" implementado por governos do PSDB pelo país.

A fórmula se baseia em controle rígido de gastos em todos os departamentos do clube (principalmente no futebol), implantação de um sistema de metas e avaliação de resultados.

A gestão do novo presidente do time colorado, Giovanni Luigi, contratou por dois anos o economista gaúcho Aod Cunha, 42, para a recém-criada função de vice-presidente executivo.

Ex-secretário de Fazenda do RS, Cunha foi o principal formulador do ajuste fiscal feito pela ex-governadora tucana Yeda Crusius (2007-2010).

A função, exaltada pela direção colorada como primeiro CEO (designação para executivo-chefe em corporações) de um clube de futebol no país, nasceu com superpoderes.

As decisões de Cunha abrangerão as áreas de finanças, marketing, administração e patrimônio do Inter.

O objetivo básico, segundo ele, é reduzir o a distância entre o orçamento - uma peça que costuma ser fictícia - do movimento efetivo do caixa, e zerar o déficit do Inter.

RADAR EXTERNO

A outra frente da profissionalização da gestão do Inter é o aumento da receita. O plano da direção é seguir o exemplo de clubes europeus e "internacionalizar" o clube.

Na prática, isso significa promover ações de marketing no exterior e ganhar torcedores que consumam produtos com a marca Inter no Oriente Médio ou China.

Cunha afirma que as mudanças da gestão do clube são uma tendência no país por causa do aumento da renda do torcedor brasileiro.

"O mercado vai profissionalizar na marra a gestão dos grandes clubes. Quem fizer isso antes sai na frente. Times como Corinthians ou Flamengo, se bem administrados, vão rivalizar com Manchester, com Barcelona. É só ver o tamanho das suas torcidas ponderadas pela renda per capita média desses mercados e isso inevitavelmente acontecerá", aposta.

MENOS COMPRAS

Uma das guinadas ocorrerá na área de aquisições de jogadores. Ao contrário dos últimos anos, quando foi às compras, a direção colorada agora apostará em atletas da base.

"Nossa questão é trabalhar com meta e disciplina orçamentária, mas eventualmente uma grande contratação que o clube possa planejar e fazer um plano de negócios", diz o neocartola.

Segundo ele, a nova gestão vai se traduzir num clube que não precisará vender jogadores no afogadilho. Com mais dinheiro em caixa, diz, o time vai responder no campo.

"Futebol é um business diferente porque envolve paixão. Tem paixão e é o futebol que conta, mas a paixão depende do futebol e o futebol, de recursos", declarou.

ORÁCULO TUCANO

Outro homem-forte do ajuste fiscal do Inter é Vicente Falconi, que vai assessorar a implementação de mudanças clube. Ele será responsável por mapear todos os processos internos do clube e propor sua racionalização.

A INDG, empresa de Falconi, trabalha com grandes corporações (como Gerdau e Ambev) e é um oráculo de políticos tucanos.

Ele é um dos "pais" do "choque de gestão" do ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG).

Este ano, o consultor foi chamado por Geraldo Alckmin para participar das auditorias nos contratos herdados do governo José Serra em São Paulo.

FIASO

Em dezembro, o Inter perdeu para o africano Mazembe, em Abu Dhabi, e nem sequer alcançou a decisão contra a Inter de Milão-ITA na luta pelo bicampeonato mundial.

 

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