Argentina desiste de virada de mesa no futebol do país

Julio Grondona, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), declarou nesta segunda-feira que desistiu da virada de mesa no futebol argentino que unificava as séries A e B a partir do próximo ano.

A medida que beneficiava o recém-rebaixado River Plate, trazendo-o de volta à elite do futebol, contava com o apoio do governo Cristina Kirchner e foi anunciada pela própria AFA na semana passada.

"A ideia foi suspensa", afirmou Grondona em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, nesta noite. "Todo mundo tomou o pedido de mudança [no torneio] equivocadamente".

A proposta da AFA foi fortemente criticada por cartolas, torcedores e por políticos da oposição. O conselho executivo da entidade já tinha aprovado a alteração, mas a medida ainda seria referendada por uma assembleia dos clubes do país, em outubro.

O objetivo era reunir num campeonato só 38 equipes, entre os times da primeira e segunda divisão, e representantes de campeonatos metropolitanos. O novo torneio iria aumentar o faturamento geral dos clubes em pelo menos R$ 500 milhões, dinheiro que em sua maior parte iria sair dos cofres do governo argentino.

A reformulação do campeonato era um novo passo da aliança entre AFA e Casa Rosada, iniciada em 2009 com a estatização do futebol da primeira divisão.

"O torneio que propomos não será levado adiante, a AFA não será propulsora de nenhuma mudança. Que façam os clubes e as ligas", completou Grondona.

Um porta-voz da AFA chegou a admitir publicamente que o campeonato nacional só seria reestruturado por causa do rebaixamento do River Plate. Ontem, Julio Grondona ressaltou que não sofreu nenhuma pressão para promover a virada de mesa que, pelo menos até agora, está cancelada.