Pelé não vê Barcelona favorito e 'elege' Neymar o melhor do ano

Maior artilheiro da história do Santos e recordista em número de jogos, Pelé disse ao jornal espanhol "Marca" que não vê o Barcelona como favorito em um possível confronto com o time alvinegro no Mundial de Clubes, em dezembro. Em entrevista publicada nesta quinta-feira, ele argumenta que o torneio favorece surpresas. Inclusive, citou o Inter que caiu na semifinal para o Mazembe, em 2010.

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"Nós sabemos que o Barcelona tem muita experiência e conta com oito jogadores da seleção espanhola. Mas o Santos também tem quatro ou cinco jogadores de grande qualidade. É um torneio propício para surpresas. Lembrem-se do Inter que chegou como melhor equipe do Brasil e grande favorito, mas nem sequer disputou a final. Espero, pelo menos, que a final seja entre Santos e Barcelona. Aí vamos ver", disse.

	Ricardo Nogueira -13.jun.11/Folhapress
	Pelé mostra a Neymar foto com seu penteado na década de 1950

Pelé falou sobre Neymar e opinou sobre o futuro do craque santista. No início da semana o "Marca" e o "Mundo Deportivo" colocaram o atacante na lista dos 50 pré-selecionados ao prêmio Bola de Ouro da Fifa --premiação dedicada ao melhor jogador do mundo.

"Ele é excelente. Eu sou santista e por isso quero o melhor para o meu clube. Não tenho ideia se ele vai para o Real Madrid ou para o Barcelona. Meu desejo é que ele jogue durante toda a sua carreira no Santos, assim como eu fiz. Exceto nos três últimos anos, quando fui para o Cosmos", disse. "Eu daria o prêmio de melhor jogador do mundo para ele. Fez uma temporada excelente."

Pelé ainda disse que os atacantes Messi, do Barcelona, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, não podem ser comparados, pois têm estilos diferentes. Elogiou o técnico português José Mourinho, do Real, e disse que a equipe madrinista teve azar por causa da lesão do meia Kaká, na última temporada.

A pedido do jornal espanhol, Pelé falou sobre a seleção da Espanha, campeã da última Copa do Mundo. O Rei colocou a equipe entre as favoritas para o Mundial de 2014.

"Hoje a seleção espanhola é a referência em qualidade. Eu fico encantado assistindo aos jogos da equipe. Não se trata de uma seleção de um jogador. É o conjunto que faz diferença. Tem o mesmo espírito do Brasil de 1970 [equipe que foi tricampeã da Copa]. Nosso time se conhecia, estava preparado e não encontrava dificuldades para jogar", disse e acrescentou que gostaria de ser o meia Xavi, caso voltasse a atuar.

"Se pudesse, gostaria de ser o Xavi. Acho que faz o papel que eu fazia. Sempre vem de trás, chegar para o arremate. Ele faz o papel que eu fazia. As pessoas pensam que eu era o centro-avante, mas eu era o terceiro no ataque."